GUERRA RÚSSIA

GRUPO WAGNER: líder da milícia acusa Exército Russo de bombardear suas bases; entenda o caso

O chefe do Grupo Wagner acusa o Exército Russo de bombardear suas bases; Kremlin nega

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Jones Johnson

Publicado em 23/06/2023 às 22:56 | Atualizado em 25/06/2023 às 16:25
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O líder da milícia Wagner, Yevgeny Prigozhin, peça-chave na ofensiva militar russa contra a Ucrânia, acusou nesta sexta-feira (23) o Exército regular de Moscou de bombardear suas bases, e convocou a população a se revoltar contra o comando militar.

O Exército negou as acusações, que chamou de "provocação", enquanto os serviços de segurança russos abriram uma investigação contra Yevgeny Prigozhin, por tentativa de motim.

Prigozhin prometeu neste sábado (24) "ir até o fim" para depor o comando militar russo, e afirmou que suas tropas irão "destruir tudo o que estiver' no seu caminho:

"Continuamos, chegaremos até o fim", declarou em mensagem de áudio publicada no aplicativo Telegram.

REBELIÃO CONTRA O COMANDO MILITAR RUSSO

Segundo informações da agência estatal russa TASS, autoridades reforçaram as medidas de segurança em Moscou, capital do país após as mensagens do líder do grupo Wagner:

"Medidas de segurança em Moscou foram reforçadas. Todas as instalações críticas do governo e infraestrutura de transporte estão sob proteção reforçada", informou a TASS, citando fontes de segurança.

Prigozhin, que já foi considerado um aliado do presidente russo, Vladimir Putin, ganhou influência política e se lançou em um confronto com autoridades políticas e militares.

CONFLITO ARMADO

O Serviço de Segurança russo (FSB) acusou o líder do grupo mercenário Wagner de tentar iniciar um "conflito armado" e pediu aos seus combatentes para detê-lo, segundo comunicado publicado no último sábado (17) por agências de notícias da Rússia.

"As declarações de Prigozhin e suas ações são um chamado para iniciar um conflito armado civil e uma punhalada nos soldados russos que lutam contra as forças fascistas ucranianas", diz trecho do comunicado.

Prigozhin explicou, posteriormente, que não pretendia protagonizar um golpe de Estado, e sim organizar uma "marcha por justiça".

PUTIN JÁ FOI INFORMADO

De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, o presidente Russo, Vladimir Putin já está "a par" e "tomando as medidas necessárias", sobre o comunicado do líder da milícia Wagner.

"O presidente Putin está a par de todos os fatos relacionados com Prigozhin. Medidas necessárias estão sendo tomadas", detalhou Peskov.

MENSAGENS DO GRUPO WAGNER

Segunndo Prigozhin, tropas russas bombardearam as bases da milícia:

"[...] realizaram bombardeios, lançamentos de mísseis, contra nossas bases de retaguarda" na frente ucraniana, declarou Prigozhin em mensagem de áudio.

"Um grande número de combatentes nossos foi morto", acrescentou, prometendo responder aos ataques.

"O comitê de comando do Grupo Wagner decidiu que é preciso conter aqueles que têm responsabilidade militar no país", prosseguiu.

25 MIL COMBATENTES

"Nós somos 25.000 e iremos determinar as causas do caos que reina no país (...). Nossas reservas estratégicas são todo o Exército e todo o país", proclamou, convocando "todos os que quiserem" a se unirem a seus homens para "acabar com a desordem".

EXÉRCITO RUSSO NEGOU ACUSAÇÕES

Segundo o Exército Russo, as acusações feitas "são uma provocação":

"As mensagens e os vídeos divulgados nas redes sociais por Y. Prigozhin sobre supostos 'bombardeios do Ministério da Defesa russo contra as bases de retaguarda do grupo paramilitar Wagner' não correspondem à realidade e são uma provocação", afirmou o ministério em comunicado.

A Rússia afirmou neste sábado que as forças ucranianas estão aproveitando as disputas entre o Wagner e o Exército russo para preparar um ataque perto da cidade de Bakhmut, leste da Ucrânia.

"Aproveitando a provocação de Prigozhin para desestabilizar a situação, o regime de Kiev, perto da frente de Bakhmut, está concentrando unidades para realizar ações ofensivas", declarou o Ministério da Defesa russo em comunicado divulgado por agências de notícias.

TERRITÓRIOS TOMADOS PELA RÚSSIA

A tensão ocorre em meio à contraofensiva das tropas ucranianas para reconquistar territórios tomados pela Rússia desde o início da intervenção militar, em fevereiro de 2022.

Horas antes do surgimento da crise, Prigozhin afirmou que o Exército russo estava "se retirando" no leste e sul da Ucrânia, contradizendo as afirmações do Kremlin, para o qual a contraofensiva de Kiev fracassa.

"As Forças Armadas ucranianas estão fazendo as tropas russas recuarem", declarou, em entrevista publicada no aplicativo Telegram por seu serviço de imprensa.

"Não há controle algum, não há vitórias militares" de Moscou, insistiu Prigozhin, acrescentando que os militares russos "se banham em seu sangue", referindo-se às grandes perdas sofridas pelas tropas regulares.

Putin e seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, afirmam, por sua vez, que o Exército está "repelindo" todos os ataques ucranianos.

Chefe do Grupo Wagner afirma que suas forças derrubaram helicóptero militar russo

"Um helicóptero acabou de abrir fogo contra uma coluna civil. Ele foi derrubado pelas unidades Wagner", afirmou Yevgeny Prigozhin em uma nova mensagem de áudio.

Anteriormente, ele havia dito que suas unidades haviam entrado em território russo.

Com informações da AFP. 

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