RÚSSIA

GOLPE NA RÚSSIA: O que se sabe sobre o GRUPO WAGNER e o GOLPE DE ESTADO na Rússia?

Grupo Wagner se voltou contra o exército russo

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Túlio Feitosa

Publicado em 24/06/2023 às 10:21 | Atualizado em 24/06/2023 às 10:21
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Com AFP.

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia acabou ganhando mais um novo capítulo nesses últimos dias. Dessa vez, um grupo de mercenários - denominado Grupo Wagner - se voltou contra o presidente russo, Vladimir Putin, e tomou instalações militares do país.

Putin, prometeu punir os "traidores" do grupo de mercenários Wagner, depois que seu líder ameaçou derrubar o comando militar russo.

Durante a noite dessa sexta-feira, o Kremlin afirmou que estão sendo tomadas "medidas" contra o motim. A segurança em Moscou e em outras regiões, como Rostov e Lipetsk, foram reforaçdas

O presidente russo qualificou o motim do grupo Wagner de "ameaça mortal" para o país e fez um apelo à unidade. Também assegurou que a "traição" do grupo Wagner resultaria em uma "inevitável punição".

De acordo com a AFP, um dos membros do grupo de mercenários divulgou uma série de mensagens na noite de sexta-feira (23) e na madrugada deste sábado (24), afirmando que suas forças entraram na cidade russa de Rostov, no sul do país, e que tomaram suas instalações militares.

 

Gavriil GRIGOROV / SPUTNIK / AFP

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, contou com o apoio da milícia do Grupo Wagner na guerra contra a Ucrânia - Gavriil GRIGOROV / SPUTNIK / AFP

GOLPE NA RÚSSIA: O que se sabe até o momento?

Yevgueni Prigozhin, de 62 anos, é um dos líderes do Grupo Wagner e tem se envolvido em uma disputa pelo poder com os comandos militares russos, aos quais responsabiliza pelas baixas em suas tropas no leste da Ucrânia.

O exército russo foi acusado, por Prigozhin, de não equipar suficientemente seus mercenários ou de dificultar seus avanços com trâmites burocráticos, além de atribuir a si vitórias que, na verdade - segundo o líder do grupo de mercenários - foram obtidas graças aos combatentes do Wagner.

Neste sábado, Prigozhin acusou o comando militar russo de ordenar bombardeios contra as bases de seu grupo paramilitar e de ter matado muitos de seus combatentes.

O líder do grupo Wagner afirmou que é preciso "frear" as lideranças militares russas e prometeu "ir até o final". Mais tarde, afirmou que seus combatentes haviam derrubado um helicóptero militar russo e que tinham tomado várias instalações militares na cidade de Rostov (sul).

Quem são os combatentes do grupo Wagner?

O grupo paramilitar Wagner, privado, esteve envolvido em conflitos no Oriente Médio e na África, mas sempre negou sua participação.

No ano passado, Prigozhin admitiu ter fundado o grupo recrutando soldados em prisões russas em troca de anistia. No leste da Ucrânia, seus paramilitares têm se posicionado na linha de frente.

Eles lideraram a tomada de Bakhmut, que se estendeu durante meses, e reivindicaram ter tomado esta cidade para as tropas russas, embora a operação tenha causado muitas baixas ao grupo.

Como isto afeta o conflito na Ucrânia?

Este motim representa o mais grave desafio ao qual Putin teve que enfrentar em seu longo mandato, e a crise de segurança mais importante para a Rússia desde que chegou ao poder, ao final de 1999.

A situação poderia desviar a atenção e os recursos em plena ofensiva na Ucrânia, e coincide, ainda, com a contraofensiva anunciada por Kiev para recuperar territórios.

O exército ucraniano informou que está "observando" a luta interna entre Prigozhin e Putin.

Moscou, no entanto, advertiu que o exército ucraniano estava aproveitando a situação para reunir suas tropas perto de Bakhmut frente a uma ofensiva.

No plano internacional, Estados Unidos, França, Alemanha e União Europeia informaram que acompanham a situação de perto.

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