TERREMOTO

TERREMOTO MARROCOS: busca por sobreviventes no Marrocos acelera após terremoto devastador

O terremoto deixou pelo menos 2.122 mortos e 2.421 feridos, segundo o último balanço do Ministério do Interior em comunicado neste domingo

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Roberta Soares

Publicado em 10/09/2023 às 16:35
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Da AFP

As equipes de resgate aceleraram, neste domingo (10), a busca por possíveis sobreviventes presos sob os escombros de cidades devastadas no Marrocos por um violento terremoto, que já deixou mais de 2.100 mortos.

O terremoto, na noite de sexta-feira, teve uma magnitude de 6,8 segundo os serviços geológicos americanos, e de 7 segundo o centro marroquino de pesquisa científica e técnica. Foi o mais poderoso desde que começaram os registros modernos neste reino do norte da África.

O terremoto deixou pelo menos 2.122 mortos e 2.421 feridos, segundo o último balanço do Ministério do Interior em comunicado neste domingo.

"As autoridades públicas continuam mobilizadas para acelerar as operações de resgate e evacuação dos feridos", acrescentou o Ministério do Interior.

A província de Al Haouz, epicentro do terremoto, foi a mais atingida, seguida por Taroudant. Nestas duas áreas localizadas a sudoeste da cidade turística de Marrakech, o terremoto destruiu aldeias inteiras.

AJUDA DA POPULAÇÃO

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O terremoto mais mortal em Marrocos, em décadas, matou pelo menos 1,3 mil pessoas, causou danos generalizados e fez moradores e turistas aterrorizados fugirem para local seguro no meio da noite - FADEL SENNA/AFP

Neste domingo, muitos moradores foram aos hospitais da cidade para doar sangue às vítimas.

"Perdi tudo", lamentou Lahcen, um homem que perdeu a esposa e quatro filhos na cidade rural de Moulay Brahim, na região montanhosa do Alto Atlas.

"A única coisa que quero é fugir do mundo e viver meu luto", disse o pai de família, que escapou da morte porque estava fora de casa no momento do terremoto.

A cidade de Tafeghaghte, poucos quilômetros a oeste, foi praticamente destruída pelo sismo, cujo epicentro se localizou a apenas cinquenta quilômetros de distância, segundo uma equipe da AFP.

"Três dos meus netos (12, 8 e 4 anos) e a mãe deles morreram. Estão todos debaixo das ruínas", disse Omar Benhanna, de 72 anos, devastado.

No sábado, muitos dos sobreviventes dirigiram-se ao cemitério para o enterro de cerca de 70 pessoas, em cerimônias devastadoras marcadas por gritos e lágrimas.

O reino decretou três dias de luto nacional no sábado e líderes de todo o mundo, desde Espanha e França a Israel e Estados Unidos, enviaram condolências a Rabat.

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O terremoto mais mortal em Marrocos, em décadas, matou pelo menos mil pessoas - FADEL SENNA/AFP

A Argélia, um país vizinho em conflito com Marrocos, abriu o seu espaço aéreo, fechado há dois anos, a aviões que transportam ajuda humanitária e resgatam os feridos.

O Banco Mundial afirmou que dará "todo o seu apoio" ao país.

Espanha enviou neste domingo uma equipe de 56 socorristas e 4 cães de busca da Unidade Militar de Emergência (UME) para Marrakech, após receber um pedido formal do reino marroquino, e prepara um segundo avião.

"Enviaremos o que for necessário porque todos sabem que estas primeiras horas são cruciais, especialmente se há pessoas soterradas sob os escombros", declarou a ministra da Defesa, Margarita Robles, à televisão pública.

AJUDA INTERNACIONAL

Outros países, como Estados Unidos, Itália, Reino Unido e Israel, também ofereceram a sua ajuda a Marrocos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou neste domingo que o seu país está pronto para "intervir" quando as autoridades marroquinas "considerarem necessário".

A Cruz Vermelha Internacional alertou no sábado que as necessidades do país são enormes e prevê "muitos meses e até anos de resposta".

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Marrocos declarou, neste sábado (9), três dias de luto nacional após o forte terremoto que abalou o País na madrugada de sexta-feira para sábado e provocou mais de mil mortos - FADEL SENNA/AFP

Na noite de sábado, canais de televisão marroquinos transmitiram imagens aéreas que mostravam cidades destruídas na região de Al Haouz, onde as construções são feitas de barro.

A poucos passos da Câmara Municipal de Marrakech, onde partes das muralhas da cidade do século XII estão danificadas ou parcialmente desabadas, algumas pessoas recolhiam os cobertores com que passaram a noite na rua.

Maria, uma turista espanhola, passou a noite fora das ruas estreitas do centro histórico e preparou-se para "continuar a sua viagem normalmente" em direção a Fez, mais ao norte.

Além de Marrakech e regiões vizinhas, o tremor foi sentido em Rabat, Casablanca, Agadir e Easouira, onde muitos moradores abandonaram as suas casas em pânico no meio da noite.

Este é o terremoto mais mortal que atingiu este reino desde o terremoto que destruiu Agadir, na costa oeste, em 29 de fevereiro de 1960. Quase 15 mil pessoas morreram, um terço da população da cidade.

 

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