Evo Morales anuncia candidatura à presidência da Bolívia em meio a tensões com governo
"Decidimos aceitar os pedidos de nossa militância e de tantas irmãs e irmãos [...] para ser candidato à presidência de nossa querida Bolívia", disse Morales em suas redes sociais.
O ex-presidente Evo Morales anunciou neste domingo (24) sua candidatura à presidência da Bolívia nas eleições de 2025, em meio à crescente tensão com o governo de seu herdeiro político Luis Arce.
"Decidimos aceitar os pedidos de nossa militância e de tantas irmãs e irmãos [...] para ser candidato à presidência de nossa querida Bolívia", disse Morales em suas redes sociais.
O ex-governante (2006-2019) de 63 anos disse que está tomando esta medida "obrigado pelos ataques do governo", e o acusa de atentar "fisicamente" contra a sua vida.
Morales é o primeiro político boliviano que anuncia sua intenção de concorrer à presidência do país em 2025.
Entretanto, seu partido, o governista Movimento ao Socialismo (MAS), tem marcado para a próxima semana um congresso para formar uma comissão que organize, para dezembro ou janeiro, eleições primárias para eleger os candidatos à presidência e vice-presidência.
Morales e a cúpula do partido mantêm trocas de acusações constantes com ministros do presidente Arce, embora este tenha se mantido à margem das disputas.
Nos últimos meses, o ex-presidente acusou os ministros de Governo, Eduardo del Castillo, e Justiça, Iván Lima, de liderarem ações políticas contra si e de tentarem envolvê-lo em casos de corrupção.
A disputa interna na situação tem como pano de fundo quem finalmente será o candidato do MAS: Morales ou Arce. O presidente, no poder desde novembro de 2020, disse que o tema de sua reeleição ainda não está na agenda.
Na Bolívia, há discussões se Morales estaria habilitado ou não para concorrer nas eleições.
A Constituição diz que o mandato presidencial é de cinco anos e que pode haver reeleição uma só vez de forma contínua.
O ministro Lima assinalou que o Tribunal Constitucional deve decidir se apenas pode haver uma única reeleição ou, como interpreta Morales, se é permitido a um ex-chefe de Estado uma nova candidatura após o transcurso de apenas um mandato presidencial.
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