Entenda o motivo da guerra em Israel 2023 e os ataques do Hamas
Guerra em Israel foi retomada em 2023 após ataques do grupo Hamas com disparo de mísseis da Faixa de Gaza
O conflito bélico iniciado no último sábado (7) em Israel após um ataque do grupo radical Hamas já deixou mais de 1,7 mil mortos até esta terça-feira (10). A guerra tem como principal motivo uma disputa por territórios que já resultou em confrontos sangrentos em anos anteriores.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse, ontem, que o país está "em guerra" após o ataque surpresa do grupo armado palestino. Entenda, a seguir, o motivo da guerra em Israel.
Motivo da guerra em Israel 2023
Os conflitos armados em Israel tiveram início em 1948, um ano após as Nações Unidas propuserem a criação de dois territórios na Palestina: Israel, que abrigaria os judeus após as perseguições do Holocausto, e o Estado da Palestina, que abrigaria palestinos muçulmanos.
Somente os judeus aceitaram o acordo. Isso fez com que o Estado Palestino nunca viesse a ser criado oficialmente.
Após a criação do Estado de Israel, parte dos palestinos não aceitou essa divisão de território, e busca, desde então, a retomada dessas áreas. Diversos conflitos armados já aconteceram ao longo dos anos com esse objetivo.
Um deles foi a Guerra dos Seis Dias, em 1967, vencida por Israel. Na ocasião, o país tomou a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, então sob controle da Jordânia, e a Faixa de Gaza, que era administrada pelos egípcios, aumentando ainda mais a tensão entre israelenses e palestinos.
Geograficamente, esses dois territórios estão separados por Israel, que fica posicionado entre eles.
Em 1973, teve início a Guerra do Yom Kippur, em que os países derrotados na Guerra dos Seis Dias tentaram reaver os seus territórios. Israel, porém, obteve nova vitória com apoio dos Estados Unidos.
Diversos conflitos passaram a ocorrer desde então, inclusive depois da virada dos anos 2000. O último deles foi registrado em maio de 2021, quando Israel e o Hamas trocaram pesados bombardeios. Civis israelenses e palestinos morreram na ocasião.
Israel deixou a Faixa de Gaza
Em 2005, Israel deixou a Faixa de Gaza, que passou a ser controlada pelo grupo armado Hamas. Porém, Israel segue com colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Os palestinos, por sua vez, buscam reconhecimento internacional como um país, o que não aconteceu até hoje, e exigem a debandada dos israelenses desses locais.
Apesar de existir uma Autoridade Nacional Palestina (ANP), ela não tem legitimidade entre os palestinos e perdeu força ao longo dos anos devido a acusações de corrupção e obstrução no processo de paz.
A comunidade internacional detém a ideia da criação de um Estado Palestino como a solução para o fim dos conflitos com os israelenses.
O que é Hamas, que atacou Israel?
Um dos grupos palestinos que realiza ofensivas contra Israel é o Hamas, uma consolidada organização islâmica radical armada que reivindica a retomada do território por meio de avanços de guerra. Israel classifica o Hamas como grupo terrorista.
O grupo teve origem em 1987 após a primeira investida palestina contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Em sua carta de fundação, a organização islâmica estabeleceu dois objetivos: promover a luta armada contra Israel e realizar programas de bem-estar social.
Desde 2006, o Hamas tem o controle da Faixa de Gaza, após expulsar a autoridade palestina local. Foi de lá que partiram os mísseis que atingiram Israel no último sábado.
Esses radicais buscam a extinção do Estado de Israel e a tomada da região para a Palestina.
O que está acontecendo em Israel?
Em um comunicado à Al Jazeera, o porta-voz do Hamas, Khaled Qadomi, explicou que a ofensiva deste sábado seria uma resposta aos ataques israelenses contra os palestinos ao longo das décadas.
O Hamas afirmou que disparou pelo menos 5 mil foguetes, enquanto Israel confirmou que os combatentes do grupo entraram no seu território por terra e mar.
Até este domingo (8), segundo dia de conflito, pelo menos 800 pessoas haviam morrido no confronto.
Nas últimas horas, diversos líderes mundiais se pronunciaram sobre o confronto. Joe Biden afirmou que o apoio dos Estados Unidos a Israel é "sólido como uma rocha". O presidente Lula disse que repudia qualquer tipo de terrorismo.