GUERRA

Israel: manifestantes protestam contra governo e pedem ações para libertar reféns em Gaza

O governo de Israel afirma ter dois objetivos: derrotar o Hamas e libertar os reféns

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Estadão Conteúdo

Publicado em 18/11/2023 às 19:20
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Milhares de familiares de cerca de 240 reféns detidos em Gaza protestaram neste sábado em Jerusalém, após cinco dias de marcha que partiu de Tel Aviv.

Nas manifestações, os israelenses criticaram a atuação do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e pediram ao governo ações para libertar os reféns capturados pelo Hamas no dia 7 de outubro. Foi o maior protesto pela libertação dos israelenses até então.

O governo de Israel afirma ter dois objetivos: derrotar o Hamas e libertar os reféns. Algumas das famílias de reféns disseram temer que a ofensiva militar israelense coloque em perigo os seus familiares.

Pressão militar sobre o Hamas

Os líderes israelenses, por sua vez, argumentam que apenas a pressão militar sobre o Hamas conduzirá à libertação de alguns reféns em um possível acordo envolvendo um cessar-fogo temporário.

Netanyahu não recebeu os manifestantes. Outros membros do Gabinete de Guerra de Israel - o ex-líder da oposição Benny Gantz e o ex-chefe do exército Gadi Eisenkot - devem se reunir na noite deste sábado com representantes dos reféns.

O protesto ocorreu em meio a especulações de que o Gabinete de Guerra está considerando um acordo mediado pelo Catar para obter a libertação das mulheres e crianças reféns.

Em troca, Israel concordaria com um cessar-fogo de vários dias e libertaria dezenas dos milhares de prisioneiros palestinos que mantém.

Desde o início da guerra, cinco reféns foram liberados - quatro deles por intercessão da diplomacia internacional envolvendo o Catar e um resgatado pelas tropas israelenses. Nesta semana, o governo de Israel confirmou a morte de dois reféns.

Biden propõe reunificação de Gaza e Cisjordânia

Gaza e Cisjordânia deveriam "se reunificar" sob uma Autoridade Palestina "reforçada", considerou o presidente americano, Joe Biden, em uma coluna publicada neste sábado (18), em plena guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

"Enquanto lutamos pela paz, Gaza e Cisjordânia deveriam se reunificar sob uma única estrutura de governança, essencialmente sob uma Autoridade Palestina reforçada, enquanto todos trabalhamos com vistas a uma solução de dois Estados", escreveu Biden no The Washington Post, em alusão à criação de um Estado palestino ao lado de Israel.

Washington, que é o principal aliado de Israel, deu apoio incondicional ao país em sua resposta ao ataque chocante do Hamas, que em 7 de outubro matou 1.200 pessoas, a maioria civis, em território israelense. Cerca de 240 pessoas foram feitas reféns e levadas para Gaza.

Mas à medida que aumenta o número de mortos na represália israelense de bombardeios e incursões terrestres a Gaza (12.300, incluindo mais de 5.000 crianças, segundo o governo do Hamas), os Estados Unidos expressam sua preocupação e lançam questionamentos sobre o futuro de Gaza depois que o Hamas for derrotado.

"Uma solução de dois Estados é a única forma de garantir a segurança a longo prazo, tanto do povo israelense quanto do palestino. Embora neste momento possa parecer que esse futuro nunca esteve tão distante, esta crise o tornou mais imperativo do que nunca", escreveu Biden.

Sanções dos EUA contra os colonos

O presidente americano também ameaçou adotar sanções contra os colonos que cometerem atos de violência contra os palestinos na Cisjordânia em meio ao conflito em Gaza.

"Tenho sido enfático com os líderes de Israel, de que a violência extremista contra os palestinos na Cisjordânia deve parar e os que cometem a violência devem prestar contas", disse.

"Os Estados Unidos estão preparados para tomar nossas próprias medidas, inclusive a emissão de proibições de visto contra extremistas que atacam civis na Cisjordânia", completou.

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