Lula não comparecerá à posse de Milei na Argentina
O assessor de Lula, Celso Amorim, disse que Lula não compareceria à cerimônia da posse de Milei porque "foi ofendido pessoalmente"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não comparecerá à posse, no dia 10 de dezembro, do ultraliberal Javier Milei, vencedor das eleições presidenciais da Argentina, disse nesta segunda-feira (20) uma fonte do governo à AFP.
O assessor de Lula, Celso Amorim, disse anteriormente ao jornal O Globo que Lula não compareceria à cerimônia da posse de Milei porque "foi ofendido pessoalmente".
Consultada pela AFP, a fonte do palácio do Planalto confirmou a ausência do presidente, sem detalhar as suas motivações.
SORTE PARA O NOVO PRESIDENTE
Lula desejou neste domingo "sorte" ao novo governo argentino, sem citar nominalmente o vencedor, e disse que o Brasil, principal parceiro comercial da Argentina, estará sempre disposto a trabalhar com seus "irmãos" do país vizinho.
Mas Milei, que já havia dito que caso se tornasse presidente não se encontraria com Lula, a quem descreveu como "corrupto" e "comunista", convidou seu antecessor Jair Bolsonaro para comparecer pessoalmente à posse, durante uma videochamada nesta segunda-feira.
"Do que eu conheço do presidente Lula, eu acho difícil que ele vá porque foi ofendido pessoalmente, mas o Estado brasileiro estará representado", disse Amorim em entrevista a O Globo.
MENOR IMPORTÂNCIA
O assessor de Lula e ex-chanceler também minimizou a importância de Milei ter falado primeiro com Bolsonaro e não com Lula, e disse que a ligação "não tem reflexos para o governo brasileiro. Não vai impedir a gente de tratar a relação com Argentina como um relacionamento de Estado", afirmou.
Destacou também que é possível manter uma boa relação, mesmo com presidentes de "ideologias diferentes".
"Tudo depende da capacidade de colocar os interesses de Estado acima da preferência pessoal. Somos capazes disso. Vamos ver se o presidente eleito da Argentina também será, esperamos que sim", disse Amorim.
Durante a videochamada, divulgada pelas redes sociais de Bolsonaro, o ex-presidente aceitou o convite de Milei e se ofereceu para ajudá-lo, e afirmou que o libertário argentino "representa muito para o Brasil".