Ucrânia denuncia o maior ataque com drones russos em Kiev desde o início da invasão
Cinco pessoas ficaram feridas, incluindo um menino de 11 anos, e dezenas de edifícios ficaram sem energia, disseram as autoridades ucranianas
A Ucrânia disse neste sábado (25) que derrubou 71 drones russos durante a noite, no que classificou como o pior ataque com estes dispositivos contra a capital, Kiev, desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.
Cinco pessoas ficaram feridas, incluindo um menino de 11 anos, e dezenas de edifícios ficaram sem energia, disseram as autoridades ucranianas.
A força aérea destruiu 71 drones de ataque Shahed. "A maior parte deles foi derrubada na região de Kiev", disse o Exército.
O alerta aéreo na cidade durou seis horas e os restos dos drones derrubados causaram incêndios e danificaram prédios em diferentes pontos da capital, disse o prefeito, Vitali Klitschko.
"O inimigo continua a espalhar o terror", afirmou.
O ataque causou cortes de energia em grande escala na capital depois que uma linha de energia se rompeu, disse o Ministério da Energia da Ucrânia.
"Consequentemente, 77 edifícios residenciais e 120 edifícios na zona central da cidade ficaram sem eletricidade", detalhou o ministério.
Os ataques de drones multiplicaram-se nos últimos meses e foram realizados tanto pelas forças de Kiev como pelas forças russas.
A Rússia indicou na sexta-feira ter derrubado 16 drones ucranianos no sul do país e sobre a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014 e alvo regular de ataques das forças de Kiev, devido ao seu valor estratégico no Mar Negro.
No mesmo dia, o Exército ucraniano afirmou que os seus sistemas de defesa aérea tinham derrubado durante a noite três drones de ataque de fabricação iraniana, lançados pelas forças russas.
O ataque deste sábado coincide também com a homenagem na Ucrânia do "Holodomor", a fome e morte de milhões de pessoas no país na década de 1930 devido às políticas do líder soviético Joseph Stalin.
"Mais de 70 [drones] foram derrubados na noite do Holodomor (...). Os líderes russos estão orgulhosos da sua capacidade de matar", comentou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, nas suas redes sociais, sublinhando que é "impossível" esquecer ou perdoar esses crimes do stalinismo.
A Ucrânia perdeu entre quatro e oito milhões de habitantes na grande fome de 1932-1933 durante o processo de coletivização das suas terras. Esta fome, segundo os historiadores, foi orquestrada por Stalin para reprimir qualquer inconstância nacionalista e independentista no país, então uma república soviética.