GUERRA

Hamas reivindica atentado em Jerusalém e convoca 'escalada da resistência' contra Israel

O ataque ocorreu em meio à extensão da trégua negociada entre o grupo terrorista e o governo israelense.

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Estadão Conteúdo

Publicado em 30/11/2023 às 13:19 | Atualizado em 30/11/2023 às 13:19
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O Hamas reivindicou a autoria de um atentado a tiros contra civis israelenses em Jerusalém, na manhã (madrugada em Brasília) de quinta-feira (29), e convocou seus militantes a começarem uma "escalada de resistência" contra Israel.

O ataque ocorreu em meio à extensão da trégua negociada entre o grupo terrorista e o governo israelense. Ainda não está claro o impacto para a troca de prisioneiros agendada para esta quinta-feira e para futuras negociações.

"Essa operação é uma resposta natural aos crimes sem precedentes da ocupação [como o Hamas se refere a Israel] na Faixa de Gaza e contra crianças em Jenin [na Cisjordânia]", afirmou o grupo terrorista palestino em um comunicado divulgado horas após o atentado.

Ataque deixou mortos e feridos

Dois terroristas abriram fogo contra pessoas que esperavam em um ponto de ônibus na entrada de Jerusalém Ocidental, deixando três mortos e diversos feridos. Segundo a polícia israelense, o ataque aconteceu por volta das 7h40 (2h40 em Brasília). Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que dois homens descem de um carro e disparam indiscriminadamente contra os civis.

O Shin Bet, serviço de segurança interno de Israel, identificou os dois homens como palestinos residentes em Jerusalém Oriental. Eles eram irmãos e já tinham passagem por prisões israelenses, por vinculação a atividades terroristas.

Ainda de acordo com autoridades de defesa israelenses, os homens estavam armados com um fuzil M-16 e uma pistola. O ataque só parou após a intervenção de dois soldados israelenses, que passavam pelo local, e de um civil armado.

Pouco depois do ataque, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que o governo pretende aumentar a distribuição de armas de fogo à população civil, como medida de segurança a possíveis novos ataques terroristas.

"[O governo] vai continuar a expandir a distribuição de armas a civis. Essa é uma medida que se provou [eficaz] muitas e muitas vezes na guerra contra o terrorismo assassino", disse Netanyahu no pronunciamento em vídeo.

Militares ficaram feridos

O ataque terrorista em Jerusalém não foi a única violação do cessar-fogo temporário nesta quinta-feira. As Forças Armadas israelenses informaram que dois militares ficaram feridos durante um ataque contra um posto de controle na Cisjordânia, onde a violência entre militares e colonos israelenses e palestinos disparou desde o começo do conflito em 7 de outubro.

Os militares foram encaminhados ao hospital e o suspeito do ataque foi neutralizado, informou o Exército.

Ainda não está claro se o atentado terrorista em Jerusalém vai prejudicar de alguma a troca de reféns por prisioneiros entre Israel e Hamas. A trégua negociada na semana passada, e ampliada no começo da semana, acabaria às 12h (7h em Brasília) desta quinta, mas uma nova extensão foi anunciada durante a manhã.

"À luz dos esforços dos mediadores para continuar o processo de libertação dos reféns (...), a pausa operacional continuará", informaram militares israelenses, sem especificar por quanto tempo a trégua se prolongaria. O Hamas anunciou um acordo para "estender a trégua por um sétimo dia", ou seja, por mais um dia

A troca prevista para esta quinta-feira sofreu um breve entrave na noite de quarta-feira, 29, quando o Hamas incluiu na lista de reféns a serem devolvidos a Israel, os corpos de três cidadãos mortos durante o conflito. Na manhã desta quinta, o grupo palestino afirmou que uma nova lista foi enviada aos israelenses, com os nomes de dez reféns que estão vivos, incluindo dois com dupla cidadania russa. (Com agências internacionais).

Iraeli rescuers inspect the scene of a shooting attack in Jerusalem on November 30, 2023. Two people were killed and eight wounded, including five left in a serious condition, in a shooting in Jerusalem on November 30, first responders said. Police said two suspects "implicated in the shootings were neutralised on the spot" after the attack near a bus stop on the western side of Jerusalem, where there are no checkpoints guarding entrance to the city.

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