DISPUTA POR ESSEQUIBO

Defesa envia blindados brasileiro para a fronteira com a Venezuela

O ministro da Defesa, José Múcio, disse que a operação já estava planejada para o combate ao garimpo na região

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com agências, Da Redação

Publicado em 04/12/2023 às 23:05
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O Ministério da Defesa informou, nesta segunda-feira (4), que enviou 20 veículos blindados para reforçar a segurança da fronteira com a Venezuela. O ministro da Defesa, José Múcio, disse que a operação já estava planejada para o combate ao garimpo na região, mas que as viaturas poderão ajudar na segurança.

Ainda segundo o ministro, os equipamentos ficarão no quartel de Boa Vista, em Roraima — esquadrão que vai ser transformado em regimento de cavalaria, com 130 militares.

AMEAÇA DA VENEZUELA 

"Agora sim vamos recuperar" o Essequibo, prometeu, nesta segunda-feira (4), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, após um referendo sobre a reivindicação centenária de Caracas deste território rico em petróleo, controlado pela Guiana, que se mantém "vigilante" frente ao aumento das tensões na região.

Mais de 95% dos 10,4 milhões de eleitores (dos 20,7 milhões habilitados a votar) que participaram desta consulta aprovaram a criação, na região reivindicada, de uma província venezuelana chamada "Guiana Essequiba" e dar cidadania venezuelana a seus 125.000 habitantes, informou a autoridade eleitoral.

DECISÃO DOS VENEZUELANOS

"A decisão que vocês tomaram dá um impulso vital poderosíssimo (...) Agora, sim, vamos recuperar os direitos da Venezuela históricos na Guiana Essequiba, agora sim vamos fazer justiça, agora sim vamos reivindicar com a força de todos", afirmou o presidente socialista durante um ato com a diretoria do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Caracas argumenta que o rio Essequibo é a fronteira natural com a Guiana, e por isso o território em disputa faria parte da Venezuela, como em 1777, quando o país era colônia da Espanha. Além disso, apela ao acordo de Genebra, assinado em 1966, antes de a Guiana se tornar independente do Reino Unido, que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899, que definiu os limites atuais.

POSICIONAMENTO DA GUIANA

A Guiana defende este laudo e pede que seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), mais alta instância judicial das Nações Unidas, cuja jurisdição Caracas não reconhece.

"Este referendo é vinculante e acato o mandato do povo, o mandato popular é sagrado, a voz do povo é a voz de Deus", disse Maduro. "Que não lhes reste dúvidas", insistiu, sem informar quais serão os próximos passos.

A Guiana, por sua vez, vai manter uma posição "vigilante" após o referendo, disse à AFP o ministro guianês das Relações Exteriores, Hugh Todd.

"Embora não acreditemos que ele vá ordenar uma invasão, temos que ser realistas sobre o ambiente na Venezuela e o fato de que o presidente Maduro pode fazer algo que pode ser muito imprevisível", acrescentou.

Todd ressaltou que a Guiana vai manter a cooperação no setor da defesa com os Estados Unidos, que nesta segunda-feira insistiram em pedir uma "resolução pacífica" para o litígio entre os dois países.

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