DISPUTA

Maduro vai visitar Putin na Rússia em meio à crise da Venezuela com Guiana

Visita sinaliza a aliança entre nações enquanto a Guiana recorre aos Estados Unidos e outros aliados sul-americanos para defender o território, rico em petróleo

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Estadão Conteúdo

Publicado em 08/12/2023 às 13:06
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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, vai visitar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nos próximos dias, em meio à disputa da região do Essequibo com a Guiana. A visita deve acontecer até o fim deste mês e sinaliza a aliança entre as duas nações enquanto a Guiana recorre aos Estados Unidos e outros aliados sul-americanos para defender o território, rico em petróleo, caso haja uma invasão militar.

Articulada em outubro, quando as tensões em torno da região do Essequibo haviam começado a crescer, a viagem de Maduro tem o objetivo oficial aprofundar a "cooperação" e "os investimentos" russos no setor petrolífero venezuelano, nas palavras do vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak.

"Tais esforços são especialmente importantes no contexto das tentativas dos países ocidentais de usar a demanda por recursos energéticos como um instrumento de pressão política", disse Novak em outubro durante uma reunião com representantes venezuelanos em Moscou.

Petróleo

Os dois países estão entre os maiores produtores de petróleo do mundo. O interesse da Rússia em aprofundar os laços com a Venezuela acontece no momento em que a ditadura chavista anunciou a anexação da região do Essequibo, hoje pertencente à Guiana, com planos de exploração de petróleo. Estima-se que a área tenha uma reserva de 11 bilhões de barris.

Hoje, o recurso é explorado pela gigante americana ExxonMobil, que opera na Guiana desde 2008 e descobriu a reserva em 2015. A presença da empresa americana ajudou o país de apenas 800 mil habitantes a se aproximar dos Estados Unidos na área de segurança.

Forças armadas

Desde o ano passado, unidades do Exército americano realizam diversos treinamentos conjuntos com as Forças Armadas da Guiana (GDF, na sigla em inglês) para capacitar as tropas em nível tático e operacional.

Esta semana, após o plebiscito venezuelano considerar que a região do Essequibo é parte da Venezuela, o temor de uma invasão militar para anexar a região cresceu e levou o presidente guianense, Mohamed Arfaan Ali, a procurar os aliados da região para assegurar a defesa do território. Na quinta-feira, 7, os EUA anunciaram exercícios militares em parceria com a GDF com presença de aeronaves, movimento visto como incomum por analistas e que demonstra a disposição dos americanos em defender a Guiana.

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