RELIGIÃO

Papa diz que prazer sexual é de Deus, mas condena pornografia

Líder católico refletiu sobre a sexualidade humana em discurso na Audiência Geral, cujo o tema foi luxúria: 'O prazer sexual é prejudicado pela pornografia: satisfação sem relacionamento que pode gerar formas de dependência'

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Emannuel Bento

Publicado em 18/01/2024 às 14:31
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O Papa Francisco refletiu sobre a sexualidade humana em discurso realizado nesta quarta-feira (17), durante a Audiência Geral na Sala Paulo VI, dedicada ao vício da luxúria. O líder católico ressaltou que o cristianismo não condena o instinto sexual, porém chegou a dizer que o "prazer sexual é prejudicado pela pornografia: satisfação sem relacionamento que pode gerar formas de dependência."

"A sexualidade envolve todos os sentidos; reside tanto no corpo quanto na psique; se não for disciplinada com paciência, se não se inscrever em uma relação e em uma história onde dois indivíduos a transformam em uma dança amorosa, ela transforma-se em uma corrente que priva o homem de liberdade", disse.

"O prazer sexual é prejudicado pela pornografia: satisfação sem relacionamento que pode gerar formas de dependência. Devemos defender o amor, a pureza de doar-se um ao outro, essa é a beleza de uma relação sexual", disse. "Vencer a batalha contra a luxúria, contra a 'coisificação' do outro, pode ser uma tarefa para toda a vida."

Apaixonar-se

O Papa afirmou que o "apaixonar-se" é uma das realidades mais surpreendentes da existência: "A maioria das canções que ouvimos no rádio é sobre isso: amores que se iluminam, amores sempre buscados e nunca alcançados, amores cheios de alegria ou que atormentam até as lágrimas."

"Se não estiver poluído pelo vício, o apaixonar-se é um dos sentimentos mais puros. Uma pessoa apaixonada torna-se generosa, gosta de dar presentes, escreve cartas e poemas. Deixa de pensar em si mesmo para se projetar completamente nos outros. E se perguntais a um apaixonado por qual motivo ama, não encontrará uma resposta: em muitos aspetos o seu amor é incondicional, sem qualquer motivo".

De acordo Francisco, esse amor, tão poderoso, é também um pouco ingênuo: "O apaixonado não conhece bem o rosto do outro, tende a idealizá-lo, está pronto a fazer promessas cujo peso não compreende imediatamente".

Luxúria

Sobre a luxúria, Francisco condenou o vício por dois motivos: "Em primeiro lugar porque devasta as relações entre as pessoas. Infelizmente, as notícias do dia a dia são suficientes para documentar tal realidade", disse.

"Quantos relacionamentos que começaram da melhor maneira se transformaram em relacionamentos tóxicos, de posse do outro, desprovidos de respeito e de senso de limites? São amores em que faltou a castidade: virtude que não deve ser confundida com a abstinência sexual, mas sim com a vontade de nunca possuir o outro."

"Amar é respeitar o outro, buscar a sua felicidade, cultivar a empatia pelos seus sentimentos, colocar-se no conhecimento de um corpo, de uma psicologia e de uma alma que não são os nossos, e que devem ser contemplados pela beleza de que são portadores. Amar é belo!", concluiu.

* A matéria usou informações da agência Vatican News

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