Guerra na Ucrânia é ameaça 'existencial' para Europa e França, diz Macron
Em fevereiro, o presidente francês causou controvérsia nacional e internacional ao não descartar o envio de tropas à Ucrânia
O presidente francês, Emmanuel Macron, alertou, nesta quinta-feira (14), que o conflito na Ucrânia representa uma ameaça "existencial" para a Europa e pediu às potências ocidentais que estejam prontas para garantir que a Rússia "nunca vença" essa guerra.
A guerra na Ucrânia é uma ameaça "existencial para a nossa Europa e para a França", afirmou Macron durante uma entrevista às emissoras France 2 e TF1.
"A Rússia se tornou uma potência que quer se expandir e certamente não vai parar por aí", disse mais tarde no X (antigo Twitter) em resposta a perguntas de usuários.
"Se deixarmos a Ucrânia sozinha, se deixarmos a Ucrânia perder esta guerra, então certamente a Rússia ameaçará a Moldávia, a Romênia, a Polônia", advertiu.
Em fevereiro, o presidente causou controvérsia nacional e internacional ao não descartar o envio de tropas à Ucrânia, uma opção rejeitada pela maioria dos franceses, segundo pesquisas de opinião.
Para esclarecer sua posição, o chefe de Estado da única potência nuclear da União Europeia (UE) aceitou participar de uma entrevista televisionada em horário nobre.
"Nunca passaremos à ofensiva, nunca tomaremos a iniciativa" de combater a Rússia, mas não se deve "descartar opções", assegurou o presidente de 46 anos.
Se a Rússia do presidente Vladimir Putin "vencer a guerra", "não teremos mais segurança" na Europa e a "credibilidade" do continente "será reduzida a zero", acrescentou.
Portanto, diante da "escalada" de Moscou, "devemos dizer que estamos prontos para responder", assegurou o presidente.
"Se a situação se deteriorar, devemos estar prontos e estaremos prontos para tomar as decisões necessárias para que a Rússia nunca vença" na Ucrânia, afirmou.
A "segurança" dos franceses depende da "derrota da Rússia" na Ucrânia, argumentou, dizendo que aqueles que "impõem limites" ao apoio à Ucrânia "estão escolhendo a derrota".
A Rússia lançou em fevereiro de 2022 uma invasão da Ucrânia e, após vários revezes, conseguiu recuperar a iniciativa nas últimas semanas, em parte devido à falta de impulso da ajuda ocidental a Kiev.
Putin descreve o conflito como uma guerra contra as potências ocidentais, na qual a Rússia joga sua sobrevivência.
A guerra na Ucrânia será o foco da reunião prevista para sexta-feira em Berlim entre Macron e os chefes de governo da Alemanha, Olaf Scholz, e da Polônia, Donald Tusk.