TRAGÉDIA

Inundações deixam mais de 40 mortos na Indonésia

As fortes chuvas que duraram várias horas provocaram a queda de grandes rochas vulcânicas

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AFP

Publicado em 13/05/2024 às 12:37 | Atualizado em 13/05/2024 às 12:38
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Ao menos 44 pessoas morreram no fim de semana na região oeste da Indonésia, vítimas das inundações e do fluxo de lava fria de um vulcão, anunciou a agência local de gestão de desastres nesta segunda-feira.

As fortes chuvas que duraram várias horas nos distritos de Agam e Tanah Datar, oeste da ilha de Sumatra, provocaram a queda, no sábado, de grandes rochas vulcânicas do Monte Marapi, um dos vulcões ativos da Indonésia, enquanto a água inundava rodovias e residências. "Às 13H00 (locais) o número de vítimas é de 44 mortos", afirmou Abdul Muhari, porta-voz da agência nacional de gestão de desastres.

Abdul Malik, diretor da agência de busca e resgate de Pandang, a capital provincial, afirmou que entre os corpos recuperados foram identificados os de duas crianças, uma de três anos e outra de oito.

As equipes de emergência também procuram 15 pessoas desaparecidas. No distrito de Agam, onde vivem mais de 500.000 pessoas, dezenas de casas e edifícios públicos foram danificados. No distrito de Tanah Datar, com quase 370.000 habitantes, pontes, mesquitas e casas foram afetadas.

As fortes chuvas inundaram bairros inteiros e arrastaram veículos para um rio próximo, enquanto cinzas vulcânicas e grandes pedras caíam do Marapi. O governador de Sumatra Ocidental, Mahyeldi Ansharullah, anunciou nesta segunda-feira que 130 pessoas foram levadas para uma escola de Agam. Mais de 2.000 foram transferidas para diversos pontos de Tanah Datar.

A lava fria, também conhecida como lahar, é o magma formado pelos diversos materiais que compõem as paredes de um vulcão: cinzas, areia e rochas. Sob os efeitos da chuva, podem se misturar e fluir ao longo da cratera.

"Piedade"

Ade Yuandha / AFP
O número de mortos por inundações repentinas e fluxo de lava fria de um vulcão no oeste da Indonésia no fim de semana aumentou para 44 com mais 15 desaparecidos, disseram autoridades - Ade Yuandha / AFP

Ilham Wahab, funcionário da agência de gestão de desastres de Sumatra Ocidental, pediu aos moradores que sigam para as casas de parentes, "que são mais seguras" que os abrigos de barracas em caso de chuva forte.

Os moradores afirmam que ouviram as pedras caindo nas estradas ao redor de suas casas. "Minha casa estava tremendo", disse Budi Rahmat, um agricultor de 44 anos, em Agam. "Eu só pensava em salvar minha esposa e meus filhos". "Eu ouvi um estrondo e um som similar ao de água fervendo. Era o som das rochas caindo", declarou à AFP Rina Devina, uma dona de casa. Ela contou que três vizinhos morreram. "Estava completamente escuro, então usei meu telefone como lanterna. A estrada estava com lama, então gritei 'Deus tenha piedade!'", disse.

Dwikorita Karnawati, diretora da Agência de Meteorologia, Climatologia e Geofísica da Indonésia (BMKG), explicou que Sumatra Ocidental é um "local único", porque em algumas partes da província pode chover quase todo o ano. "O potencial para inundações e deslizamentos de terra está sempre presente", disse.

Os deslizamentos de terra e as inundações são comuns durante a temporada de chuvas na Indonésia. Em 2022, quase 24.000 pessoas abandonaram suas casas e duas crianças morreram nas inundações na ilha de Sumatra, um fenômeno agravado, segundo os ambientalistas, pelo desmatamento.

A última grande erupção do Marapi aconteceu em dezembro e expeliu cinzas a quase 3.000 metros de altura. Ao menos 24 alpinistas morreram na erupção.

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