GUERRA EM ISRAEL

Conselho de Segurança da ONU apoia plano de trégua em Gaza

A resolução assegura que Israel aceitou o plano e pede que o movimento islamista palestino Hamas também o faça

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AFP

Publicado em 10/06/2024 às 20:34
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O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta segunda-feira (10) uma resolução que apoia uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, em meio a uma campanha diplomática intensa liderada pelos Estados Unidos para pressionar o Hamas a aceitar o acordo.

O texto, redigido pelos Estados Unidos e que teve 14 votos a favor e a abstenção da Rússia, "saúda" uma proposta de trégua e libertação de reféns anunciada em 31 de maio pelo presidente Joe Biden.

ISRAEL X HAMAS

A resolução assegura que Israel aceitou o plano e pede que o movimento islamista palestino Hamas também o faça, e que as duas partes apliquem "plenamente seus termos, sem demora e sem condições".

O Hamas "saúda a resolução do Conselho de Segurança e deseja reafirmar sua disposição de cooperar com os irmãos mediadores para estabelecer negociações indiretas sobre a aplicação desses princípios", indicou em comunicado.

Após oito meses de conflito, o plano prevê em uma primeira fase um cessar-fogo de seis semanas, acompanhado da retirada de Israel das áreas densamente povoadas de Gaza e a libertação de reféns pelos dois lados.

Os Estados Unidos têm sido muito criticados pelo bloqueio, nos últimos meses, de vários projetos de resolução que pediam um cessar-fogo em Gaza. Mas Biden lançou no mês passado um novo plano para conseguir um acordo.

"Votamos hoje pela paz", afirmou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield. "Este Conselho enviou uma mensagem clara ao Hamas: aceitem o acordo de cessar-fogo que está sobre a mesa. Israel já aceitou este acordo e os combates poderiam parar hoje se o Hamas fizesse o mesmo", declarou.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, disse que a votação representa "um passo na direção correta para encerrar a guerra genocida" na Faixa de Gaza.

O acordo, no entanto, continua sendo uma incerteza, já que os representantes do Hamas insistem em que ele tem que garantir o fim da guerra, o que Israel rejeita categoricamente. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que pretende continuar o conflito até aniquilar o Hamas, e as divisões políticas em seu país podem complicar os esforços diplomáticos dos Estados Unidos.

PRESENÇA DOS EUA

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, chegou nesta segunda-feira a Israel, como parte de uma viagem pelo Oriente Médio para impulsionar o acordo de trégua.

Após uma primeira escala no Egito e um encontro com o presidente Abdel Fatah al Sisi, Blinken desembarcou em Tel Aviv, de onde seguirá rumo a Jerusalém para se reunir com Netanyahu.

No Cairo, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos instou os países do Oriente Médio a "pressionarem o Hamas" para que aceite um cessar-fogo.

"Acredito firmemente que a maioria esmagadora" dos israelenses e palestinos "quer acreditar em um futuro" em que os povos "viveriam em paz e segurança", acrescentou Blinken.

Apesar dos esforços, os mediadores do conflito, Estados Unidos, Egito e Catar, não conseguiram negociar uma nova trégua desde o cessar-fogo de uma semana em novembro que permitiu a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Segundo autoridades de Gaza, pelo menos 37.124 palestinos, em sua maioria civis, morreram desde que a guerra eclodiu, em 7 de outubro, dia em que militantes do Hamas lançaram um ataque sem precedentes em território israelense, matando 1.194 pessoas, em sua maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

Desde que a guerra estourou, o Conselho de Segurança luta para se expressar de forma unificada sobre o tema. Após duas resoluções centradas principalmente na ajuda humanitária, o órgão exigiu em março um "cessar-fogo imediato" durante o Ramadã, em uma votação na qual os Estados Unidos se abstiveram. 

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