Hezbollah e Exército de Israel voltam a se enfrentar
Os ataques do Hezbollah se intensificaram desde terça-feira (11), após a morte de um de seus principais comandantes, Taleb Sami Abdallah
O movimento libanês Hezbollah continuou neste sábado com seus ataques contra posições militares no norte de Israel, e as forças israelenses responderam com bombardeios que deixaram um morto, segundo um grupo armado palestino.
Desde o início, há mais de oito meses, do conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, o Hezbollah ataca quase diariamente o Exército israelense em apoio ao movimento islamista, seu aliado.
Os ataques do Hezbollah se intensificaram desde terça-feira (11), após a morte de um de seus principais comandantes, Taleb Sami Abdallah, em um bombardeio israelense que afetou uma casa em Juaiyya, no sul do Líbano.
O Exército confirmou que matou Abdallah, que havia "planejado e executado atentados" contra israelenses.
Neste sábado, o Hezbollah confirmou o ataque à base militar de Meron, no norte do Israel, com "mísseis teledirigidos" e também afirmou ter lançado "drones de ataque" contra outra base israelense "em resposta ao assassinato em Juaiyya cometido pelo inimigo".
Já o Exército israelense confirmou em um comunicado o disparo de "projéteis" contra a base de Meron, sem vítimas ou danos.
Um caça "atingiu um terrorista do Hezbollah" e a artilharia foi disparada "para eliminar uma ameaça" na região de Aitarun, no sul do Líbano, acrescentou o Exército.
Mais tarde, o braço armado do movimento palestino Jihad Islâmica indicou que um dos seus combatentes morreu em bombardeios israelenses no sul do Líbano.
A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, e o chefe da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul), Aroldo Lázaro, alertaram que "o risco de erros de cálculo que levem a um conflito repentino e mais amplo é muito real."
Em comunicado conjunto, eles pediram “a todos os atores" um cessar-fogo, e que eles prometam "trabalhar para uma solução política e diplomática”.
O Hezbollah, que conta com o apoio do Irã, é um poderoso movimento armado e uma importante força política no Líbano.
Os disparos de ambos os lados da fronteira israelense-libanesa mataram pelo menos 471 pessoas em mais de oito meses, a maioria combatentes, além de 91 civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados do Hezbollah e de fontes oficiais libanesas.
Do lado israelense, pelo menos 15 soldados e 11 civis foram mortos, segundo as autoridades.
Ataque na Cisjordânia
O Ministério da Saúde da Autoridade Palestina afirmou que um adolescente morreu neste sábado vítima de disparos das forças israelenses na Cisjordânia ocupada, onde uma fonte do Exercito confirmou que as tropas abriram fogo durante a operação.
Sultan Adul Rahman Katatbeh, 16, foi baleado em Beit Furik, no norte da Cisjordânia, publicou o Ministério no Facebook.
A agência de notícias palestina Wafa informou que outras duas pessoas ficaram feridas quando as forças israelenses chegaram ao local, a leste de Nablus, atirando contra moradores.
Um comandante militar israelense declarou à AFP que as tropas operavam na região de Nablus quando "dezenas de suspeitos lançaram pedras contra as forças de segurança, que responderam com outros meios e fogo real".
Ocupada por Israel em 1967, a Cisjordânia vive um recrudescimento da violência há mais de um ano, especialmente desde o início do conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza em 7 de outubro.
Pelo menos 546 palestinos foram mortos na Cisjordânia por soldados israelenses ou colonos desde o início do conflito, segundo autoridades palestinas, e 14 israelenses morreram em ataques palestinos, segundo dados oficiais de Israel.