ESTADOS UNIDOS

Biden simplifica regularização de centenas de milhares de migrantes

Com esta mudança, os migrantes sem autorização de residência casados com americanos, além de seus filhos, poderão obtê-la sem precisar sair do país

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AFP

Publicado em 18/06/2024 às 17:42
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anuncia nesta terça-feira (18) reformas para simplificar a obtenção de residência ou de autorização de trabalho para centenas de milhares de migrantes, como cônjuges de americanos e formados em universidades locais, medidas condenadas pelos apoiadores de seu rival republicano, Donald Trump.

Com esta mudança, os migrantes sem autorização de residência casados com americanos, além de seus filhos, poderão obtê-la sem precisar sair do país para solicitá-la.

BENEFÍCIO PARA MILHARES DE IMIGRANTES

Estas mudanças beneficiarão aqueles que vivem "no país há pelo menos 10 anos e estão casados com um cidadão americano desde antes de 17 de junho de 2024", informa a Casa Branca.

O Governo estima que cerca de 500 mil migrantes, além de "cerca de 50 mil enteados de cidadãos americanos", poderão se beneficiar das novas regras.

As autoridades analisarão todos os pedidos caso a caso. Os aprovados terão três anos para solicitar a residência permanente, período durante o qual poderão permanecer nos Estados Unidos e se qualificar para uma autorização de trabalho de até três anos.

Uma vez obtida a residência permanente, também conhecida como green card, o beneficiário pode solicitar a cidadania.

"O que estamos anunciando são processos potencialmente simplificados" para "minimizar a burocracia, minimizar as dificuldades criadas pela necessidade de sair do país", explicou um funcionário que pediu anonimato aos jornalistas antes do anúncio.

A reforma de Biden também facilitará aos graduados dos centros de ensino superior americanos a obtenção de vistos de trabalho, desde que "tenham recebido uma oferta de emprego altamente qualificada".

O anúncio do democrata acontece dias após o 'Daca' completar 12 anos. Este programa foi impulsionado pelo governo de Barack Obama quando Biden era seu vice-presidente e protege seus beneficiários, os "dreamers", da deportação e permite que trabalhem.

Desde o lançamento do 'Daca', os Serviços de Cidadania e Imigração já aprovaram mais de 800 mil solicitações e têm cerca de 580 mil beneficiários, segundo dados oficiais.

A migração é um dos temas que mais preocupam os americanos antes das eleições de novembro, nas quais Biden tentará a reeleição contra o ex-presidente republicano Donald Trump, que durante o seu mandato quis acabar com o 'Daca', alegando que era inconstitucional.

CRÍTICAS DOS REPUBLICANOS

Os republicanos acusam o presidente de não fazer o suficiente para controlar a imigração e uma parte do eleitorado pede que endureça a política do setor, mas a ala à esquerda de seu partido e os defensores dos migrantes protestam cada vez que ele adota alguma medida mais severa.

Os aliados de Trump criticaram, nesta terça-feira, as novas regulamentações.

A deputada radical Marjorie Taylor Greene afirmou que Biden "escreveu uma ordem executiva de cidadania gratuita para comprar votos".

Já o deputado Josh Brecheen, de Oklamoma, escreveu: "Com uma canetada, o presidente Biden está agora protegendo 550.000 estrangeiros ilegais da deportação. Tudo em um esforço para apaziguar suas famílias na esperança de garantir seus votos nas próximas eleições".

PACOTE DE IMIGRAÇÃO

Biden negociou durante meses um pacote de imigração bipartidário que teria introduzido as políticas mais rigorosas em décadas. O texto recebeu a aprovação do Senado, mas fracassou quando a Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, se recusou até mesmo a discuti-lo.

O presidente democrata neste mês assinou um decreto que restringe a entrada de migrantes pela fronteira com o México quando há mais de 2.500 travessias irregulares em uma média de sete dias.

Enquanto Biden está entre a cruz e a espada, Trump repete em seus comícios que os migrantes "estão envenenando o sangue" do país, embora também tente angariar votos hispânicos.

Até agora, esta comunidade optou majoritariamente pelos democratas, embora nos últimos anos o apoio aos republicanos tenha aumentado, como se viu nas eleições de 2020 com Trump.

 

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