'Paz ou guerra', dispara Maduro antes das presidenciais na Venezuela

Maduro disse a seus apoiadores que será definido "se vem uma Venezuela para construir uma nova sociedade de iguais ou vem uma Venezuela das elites"

Publicado em 21/07/2024 às 10:05

"Paz ou guerra", disparou, no sábado (20), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como dilema com vistas às eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais tentará a reeleição.

"Em 28 de julho se decide o futuro da Venezuela para os próximos 50 anos. Se vem uma Venezuela de paz ou uma Venezuela convulsionada, violenta e cheia de conflitos. Paz ou guerra", clamou Maduro em um comício na cidade de Maturín (leste), onde mais cedo a líder opositora María Corina Machado foi recebida por uma multidão em outro ato eleitoral.

Maduro, de 61 anos e na presidência desde 2013, disse a seus apoiadores que na eleição será definido "se vem uma Venezuela para construir uma nova sociedade de iguais, sem castas de sobrenomes, onde construímos nosso próprio modelo econômico e retomamos o estado de bem-estar social deixado por (o ex-presidente Hugo) Chávez, ou vem uma Venezuela das elites, com o povo excluído e tudo privatizado".

Machado, que venceu no fim de 2023 as primárias da oposição, não pôde se candidatar à Presidência porque foi inabilitada politicamente.

No entanto, ela promove ativamente a candidatura do ex-embaixador Edmundo González Urrutia, até meses atrás um desconhecido, mas a quem a maioria das pesquisas dão vantagem, como depositário do legado político da carismática Machado.

Há alguns dias, o chefe de Estado esquerdista advertiu que poderia ocorrer um "banho de sangue" na Venezuela se o chavismo não vencer as eleições.

"O destino da Venezuela no século XXI depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não querem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida produto dos fascistas, vamos garantir o maior sucesso, a maior vitória eleitoral do nosso povo", disse Maduro em um ato de campanha na terça-feira, em Caracas.

Neste sábado, ele assegurou que tem o favoritismo dos eleitores.

"Desde já, querem cantar fraude. Eles sabem a verdade, as ruas sabem a verdade, o povo sabe a verdade. Estamos vencendo e vencendo bem, estamos vencendo pelo caminho do meio. Ela sabe e os gringos sabem", acrescentou.

Maduro, que foi parlamentar, chanceler e vice-presidente, sucedeu na Presidência a Chávez, morto em 2013 com um câncer.

Chávez, duramente confrontado com os Estados Unidos, governou a Venezuela durante 14 anos no que chamou de "revolução bolivariana".

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