Diretora do Serviço Secreto dos EUA renuncia após tentativa de assassinato contra Trump

Kimberly Cheatle, que serviu como agente do Serviço Secreto norte-americano por 27 anos, admitiu que a agência falhou em sua missão

Publicado em 23/07/2024 às 19:35

A diretora do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Kimberly Cheatle, renunciou ao cargo nesta terça-feira (23), um dia depois de admitir que a agência falhou em sua missão de evitar uma tentativa de assassinato contra Donald Trump.

Cheatle enfrentava pedidos de democratas e republicanos para renunciar depois que um atirador de 20 anos feriu o ex-presidente republicano e atual candidato à Casa Branca em um comício de campanha em Butler, na Pensilvânia, em 13 de julho.

"Ela deveria ter feito isso pelo menos uma semana atrás", disse o republicano Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes, aos repórteres. "Estou feliz em ver que ela atendeu ao chamado tanto dos republicanos quanto dos democratas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, agradeceu a Cheatle pelas quase três décadas no Serviço Secreto e disse que ela "dedicou e arriscou desinteressadamente sua vida" para proteger o país ao longo de sua carreira.

"Todos sabemos que o que ocorreu naquele dia não pode voltar a acontecer", acrescentou o presidente em um comunicado no qual informa que "em breve" nomeará um novo diretor.

O secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, anunciou que o subdiretor da agência, Ronald Rowe, assumirá a direção de forma interina até que seja nomeado um substituto para Cheatle.

Após a saída de Cheatle, Trump escreveu em sua rede social, Truth Social: "a administração Biden/Harris não me protegeu adequadamente e fui forçado a receber uma bala pela democracia. Para mim foi uma grande honra fazê-lo".

Falha operacional

Cheatle compareceu perante um comitê do Congresso na segunda-feira e disse que o ataque a Trump, que foi levemente ferido na orelha direita, representou "a falha operacional mais significativa do Serviço Secreto em décadas".

Republicanos e democratas pediram a renúncia de Cheatle, que irritou os parlamentares de ambos os partidos ao se recusar a fornecer detalhes específicos sobre o ataque, citando a existência de várias investigações em andamento.

O autor do atentado, que estava no telhado de um prédio próximo, abriu fogo contra Trump com um fuzil AR-15 poucos minutos depois de o republicano começar a falar durante um evento de campanha.

Ele foi morto por um atirador de elite do Serviço Secreto menos de 30 segundos após disparar os primeiros oito tiros.

Os investigadores concluíram que o jovem, que morava em uma cidade a cerca de 80 quilômetros de Butler, agiu sozinho e não conseguiram identificar quaisquer motivações ideológicas ou políticas fortes.

Dois participantes do comício foram gravemente feridos e um bombeiro da Pensilvânia de 50 anos, Corey Comperatore, morreu.

O ex-médico de Trump disse no fim de semana que o candidato republicano sofreu um ferimento por tiro de dois centímetros na orelha direita.

"A bala passou, chegando a menos de um quarto de polegada de entrar na cabeça dele, e atingiu o topo de sua orelha direita", disse o ex-médico da Casa Branca, Ronny Jackson.

Cheatle serviu como agente do Serviço Secreto por 27 anos antes de deixar o cargo em 2021 para se tornar chefe de segurança da PepsiCo na América do Norte.

Ela havia sido nomeada pelo presidente Joe Biden em 2022 para liderar a agência.

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