Barack Obama expressa apoio a Kamala Harris em sua campanha contra Trump
Nesta sexta-feira, o apoio também veio dos Jogos Olímpicos de Paris, com a lenda do atletismo Allyson Felix, que falou sobre " vitória monumental"
Barack e Michelle Obama uniram forças com Kamala Harris em sua candidatura para as eleições de novembro nos Estados Unidos contra o republicano Donald Trump, que reluta em marcar um debate com ela até que seja oficialmente nomeada pelo Partido Democrata.
"Esta semana, Michelle e eu ligamos para nossa amiga Kamala Harris. Dissemos que achamos que ela será uma fantástica presidente dos Estados Unidos e que tem todo o nosso apoio", afirmou o ex-presidente Obama em uma mensagem na rede social X, após permanecer em silêncio por vários dias.
Nesta sexta-feira (26), o apoio também veio dos Jogos Olímpicos de Paris, com a lenda do atletismo americano Allyson Felix, que afirmou que uma vitória de Harris em novembro "seria monumental".
A vice-presidente, de 59 anos, tem basicamente garantida a nomeação na convenção do Partido Democrata, prevista para começar em 19 de agosto em Chicago (norte).
Desde que o presidente Joe Biden, de 81 anos, se retirou da corrida pela reeleição, segundo ele para "defender a democracia" e dar espaço a "vozes jovens", Harris se tornou a grande esperança dos democratas.
Ela obteve uma onda de apoio do partido, dos sindicatos e de minorias étnicas, incluindo os latinos, e arrecadou mais de 100 milhões de dólares em fundos de campanha.
A candidatura de Kamala é uma preocupação para Trump, de 78 anos, que foi forçado a recalibrar sua campanha, muito centrada na idade de Biden.
A equipe de campanha da ex-senadora e ex-procuradora da Califórnia descreve agora seu rival como um "delinquente de 78 anos", que foi condenado criminalmente em maio e tem outros processos judiciais pendentes.
A queda de Biden foi acelerada após seu desempenho desastroso em um debate em junho com Trump, que agora lança dúvidas sobre se participará de um previsto para 10 de setembro na emissora ABC.
"Tem medo"
O porta-voz de Trump, Steven Cheung, afirmou que era "inapropriado" programar este debate, já que a Kamala ainda não é formalmente a candidata democrata.
Pete Buttigieg, secretário de Transporte dos Estados Unidos e um grande defensor da campanha de Harris, zombou de Trump por ser "incapaz de se adaptar".
"Isso demonstra que ele tem medo. Mostra que ele sabe que, se os dois estiverem juntos em um palco, não acabará bem para ele", disse Buttigieg à MSNBC.
Há uma semana, um Trump cheio de confiança foi coroado na convenção republicana, poucos dias após ser ferido em uma tentativa de assassinato.
Mas as últimas pesquisas apontam que o bilionário está empatado com Kamala Harris, acostumada a quebrar barreiras. Negra e de ascendência sul-asiática, ela é a primeira mulher vice-presidente dos Estados Unidos.
A democrata o acusa de querer retirar as "liberdades" conquistadas com muito esforço, como o direito ao aborto, e ele a chama de "lunática radical de esquerda" e alega que Kamala é a favor da "execução" de bebês recém-nascidos.
"Sarcástico"
Enquanto isso, segue a polêmica sobre uma declaração do companheiro de chapa de Trump, J.D. Vance, que falou em "tias dos gatos sem filhos, solitárias e infelizes", referindo-se ao fato de que Harris não é mãe.
Nesta sexta-feira, se recusou a pedir desculpas, dizendo apenas que havia sido "sarcástico" e que continua considerando os democratas "antifamília".
No âmbito das relações exteriores, Trump recebeu nesta sexta o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em sua residência na Flórida.
"Se ganharmos, será muito simples. Tudo será resolvido e muito rápido", garantiu o ex-presidente republicano.
Na véspera, Netanyahu se encontrou na Casa Branca com Biden, mas também com Kamala Harris, que lhe advertiu que não ficará calada "diante do sofrimento" em Gaza, onde Israel trava uma guerra contra o Hamas após o ataque sem precedentes do grupo islamista palestino em 7 de outubro.