'Já temos como provar a verdade' das eleições na Venezuela, afirma líder opositora
María Corina foi impedida de concorrer e alega que a oposição venceu em todos os Estados. Ela já é investigada pelo Ministério Público da Venezuela
A líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, disse, nesta segunda-feira (29), que tem "como provar a verdade" das eleições presidenciais realizadas na véspera, nas quais denuncia fraude na vitória do mandatário chavista Nicolás Maduro.
"Já temos como provar a verdade do que aconteceu ontem na Venezuela", afirmou María Corina em coletiva de imprensa, assegurando que teve acesso a cópias de 73% das atas de votação, que projetam uma vitória arrasadora do seu candidato, Edmundo González Urrutia (6,27 milhões de votos), contra Maduro (2,75 milhões).
INVESTIGAÇÃO CONTRA A OPOSIÇÃO
María Corina foi impedida de concorrer e alega que a oposição venceu em todos os Estados. Ela é investigada pelo Ministério Público da Venezuela de tentar fraudar o sistema eleitoral e adulterar atas da eleição, que funcionam como boletins de urna.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, vinculou nesta segunda-feira (29) a líder opositora María Corina Machado a uma suposta invasão do sistema eleitoral para "adulterar" os resultados das questionadas eleições nas quais o presidente Nicolás Maduro foi reeleito.
"O principal envolvido neste ataque seria o cidadão Lester Toledo (...) , junto com ele aparecem como envolvidos o foragido da justiça venezuelana Leopoldo López e María Corina Machado", disse Saab à imprensa, após anunciar a abertura de uma investigação.
Toledo é líder do partido Vontade Popular, de López, e está exilado nos Estados Unidos. Já Leopoldo López se exilou na Espanha. Ambos são acusados de "terrorismo" na Venezuela.
Segundo o procurador-geral, o "ataque" foi realizado a partir da Macedônia do Norte e os autores "conseguiram pausar, retardar (...) a leitura do boletim final dos resultados".
Saab iniciou a investigação após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e o próprio Maduro denunciarem um suposto ataque ao sistema para manipular os resultados anunciados.
Machado, impedida de exercer cargos públicos, denunciou fraude e reivindicou a vitória de seu candidato, o diplomata Edmundo González Urrutia.
Maduro venceu com 51,2% dos votos contra 44,2% de González Urrutia, de acordo com o primeiro boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral, alinhado ao governo.
Saab também anunciou que até a noite de domingo foram detidas 17 pessoas por violarem regulamentos durante as eleições, a maioria por "destruição de material eleitoral".