Brasil e Colômbia defendem 'normalização política' na Venezuela, mas criticam sanções
Brasil e Colômbia afirmam também que, como "países vizinhos diretamente interessados na estabilidade da Venezuela e da região", mantêm abertos canais
O governo brasileiro divulgou agora na noite deste sábado uma declaração conjunta de Brasil e Colômbia, após os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro terem mantido, na sexta-feira (23) e neste sábado, 24, conversas telefônicas sobre as eleições presidenciais na Venezuela.
"Ambos os presidentes permanecem convencidos de que a credibilidade do processo eleitoral somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis", diz a nota conjunta.
"A normalização política da Venezuela requer o reconhecimento de que não existe uma alternativa duradoura ao diálogo pacífico e à convivência democrática na diversidade", acrescenta o texto. "Os dois presidentes conclamam todos os envolvidos a evitar recorrer a atos de violência e à repressão."
ATO DEMOCRÁTICO EM PROL DE DITADURA
Brasil e Colômbia afirmam também que, como "países vizinhos diretamente interessados na estabilidade da Venezuela e da região", mantêm abertos seus canais de comunicação com as partes, reiterando "disposição de facilitar o entendimento entre elas".
"Brasil e Colômbia tomam nota da decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela sobre o processo eleitoral. Reiteram que continuam a aguardar a divulgação, pelo CNE, das atas desagregadas por seção de votação", acrescenta o comunicado. A CNE é a comissão nacional eleitoral da Venezuela.
A declaração conjunta manifesta também "total oposição à continuada aplicação de sanções unilaterais como instrumento de pressão". Brasil e Colômbia, observa o comunicado, "compartilham o entendimento de que sanções unilaterais são contrárias ao direito internacional e prejudicam a população dos países sancionados, em especial as camadas mais vulneráveis".