Israel anuncia continuação de operações militares contra o Hezbollah

Após explosões no Líbano, ministro da Defesa de Israel destaca a continuidade das ações militares, enquanto o governo libanês pede intervenção da ONU

Publicado em 19/09/2024 às 16:30

Recentemente, a tensão entre Israel e o Hezbollah libanês ganhou novos contornos com o anúncio do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, de que as operações militares contra o grupo paramilitar continuarão.

Essa declaração veio em resposta a uma série de explosões trágicas que resultaram na morte de pelo menos 37 pessoas e feriram cerca de 3.000 em áreas controladas pelo Hezbollah no Líbano.

Um cenário de conflito e retaliação

As operações em questão se intensificaram após um ataque coordenado que mirou dispositivos de comunicação usados por membros do Hezbollah.

As explosões de pagers e walkie-talkies, ocorridas em um intervalo de 48 horas, geraram preocupação não apenas pelo alto número de vítimas, incluindo crianças, mas também pela escalada do conflito entre Israel e o Hezbollah, que tem suas raízes profundas na rivalidade histórica entre os dois.

Gallant, ao confirmar a continuidade das operações, mencionou que "O Hezbollah se sente perseguido, nossa série de ações militares continuará", um reflexo da crescente pressão militar que o grupo enfrenta.

A situação é complexa, pois as explosões representam um ataque significativo ao Hezbollah, um movimento que recebe apoio do Irã e tem se mostrado um adversário estratégico para Israel na região.

Pedido de intervenção da ONU

Em meio a esse cenário caótico, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, fez um apelo à ONU para que tome medidas contra o que ele descreveu como uma "guerra tecnológica" travada por Israel.

Em um comunicado, Mikati solicitou uma "posição firme para interromper a agressão israelense contra o Líbano e a guerra tecnológica que está travando" afirmou Najib Mikati em um comunicado da organização para interromper as ações israelenses e proteger a soberania do Líbano.

O governo libanês destacou que as explosões, atribuídas a Israel, não apenas resultaram em perdas de vidas, mas também exacerbaram uma crise humanitária em um país já fragilizado.

O Ministério da Saúde do Líbano confirmou que mais de 2.900 pessoas foram feridas nas explosões, evidenciando a gravidade da situação.

Impacto das explosões

As explosões de pagers e walkie-talkies foram descritas como o "maior golpe" contra o Hezbollah, segundo fontes próximas ao movimento.

A natureza dos ataques, que ocorreu em momentos de rotina diária dos membros do grupo, como em casa ou em funerais, revela um novo tipo de estratégia militar que busca desestabilizar as operações do Hezbollah.

Um analista do Middle East Institute, Charles Lister, levantou a hipótese de que o Mossad, o serviço de inteligência de Israel, teria se infiltrado nas cadeias de suprimentos do Hezbollah, facilitando essas explosões.

Informações preliminares sugerem que os dispositivos estavam pré-programados para explodir, utilizando materiais explosivos sofisticados, o que indica um planejamento meticuloso.

Reações e consequências

Desde o início do conflito em Gaza, em outubro de 2023, o Hezbollah abriu uma frente na fronteira com Israel, intensificando os confrontos.

As trocas de tiros diárias entre os dois lados já resultaram no deslocamento de dezenas de milhares de pessoas, tanto em Israel quanto no Líbano.

O governo israelense anunciou bombardeios em diversas posições do Hezbollah, o que apenas aumenta a tensão na região.

A escalada do conflito tem levantado preocupações sobre a possibilidade de uma guerra em larga escala, com o ministro Gallant afirmando que o "centro de gravidade" do conflito está se deslocando para o norte.

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