Trump promete a Zelensky resolver a guerra na Ucrânia se vencer as eleições
Antes da reunião, Donald Trump elogiou a "relação muito boa" que mantém com Zelensky, mas também com o presidente russo, Vladimir Putin
Donald Trump prometeu, nesta sexta-feira (27), pôr fim rapidamente à guerra na Ucrânia se vencer as eleições de novembro nos Estados Unidos, depois de se reunir com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em Nova York.
"Essa é uma guerra que nunca deveria ter ocorrido e a resolveremos", disse o candidato republicano à Casa Branca na Trump Tower, sem dar mais explicações.
"É um quebra-cabeças complicado (...) muitos mortos", acrescentou e avaliou que pode-se "chegar a um acordo que seja bom para as duas partes".
RELAÇÃO COM OS DOIS LADOS
Antes da reunião, Trump elogiou a "relação muito boa" que mantém com Zelensky, mas também com o presidente russo, Vladimir Putin.
"Espero que tenhamos melhores relações", reagiu o presidente ucraniano, visivelmente desconfortável. "Estamos de acordo que a guerra na Ucrânia deve acabar", acrescentou.
Ao final do encontro, Zelensky disse estar "agradecido" pela "reunião muito produtiva". "Apresentei a ele nosso plano de vitória e revisamos a fundo a situação na Ucrânia e as consequências da guerra para nosso povo", disse em uma mensagem no X.
Em visita aos Estados Unidos desde domingo, Zelensky se reúne com o ex-presidente americano após ter recebido o apoio do atual governo democrata, mas obviamente preocupado com o futuro da ajuda ao seu país, devastado pela guerra, caso Trump vença as eleições de 5 de novembro.
O candidato republicano, que tem o "Estados Unidos primeiro" como um dos eixos de sua campanha para voltar à Presidência, denuncia regularmente as enormes quantias de dinheiro desembolsadas por Washington para Kiev desde 2022.
Nesta mesma semana, o septuagenário ex-mandatário descreveu Zelensky como "o melhor vendedor do mundo".
"Cada vez que vem ao nosso país, vai embora com 60 bilhões de dólares" (R$ 326 bilhões, na cotação atual), brincou.
ENCONTRO
A reunião entre Donald Trump e Volodimir Zelensky ocorreu um dia depois de o presidente ucraniano se reunir na Casa Branca com o presidente Joe Biden e com a vice-presidente Kamala Harris, após passar pelo Congresso americano.
"A Rússia não vencerá", assegurou Biden ao presidente ucraniano ao recebê-lo Salão Oval.
Para "ajudar a Ucrânia a vencer essa guerra", o presidente americano anunciou na quinta-feira um "aumento da ajuda em matéria de segurança", sem mencionar a autorização que Kiev aguarda para disparar contra o território russo mísseis de longo alcance fabricados nos Estados Unidos.
"Essa guerra pode ser vencida e uma paz justa pode ser alcançada, mas somente com os Estados Unidos", argumentou o chefe de Estado ucraniano, que apresentou seu 'plano de vitória' com o objetivo de acabar com a invasão russa que começou em 24 de fevereiro de 2022.
"Meu apoio ao povo ucraniano é inabalável", assegurou-lhe a candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, em outra reunião.
Ela criticou aqueles que "forçariam a Ucrânia a ceder grandes partes de seu território soberano, aqueles que exigiriam que a Ucrânia aceitasse a neutralidade", referindo-se a Trump.
No terreno, a Rússia reivindicou na quinta-feira a tomada de Ukrainsk, que fica a cerca de 30 km a oeste da cidade de Donetsk, capital da região de mesmo nome, que Moscou afirma ter anexado.
As tropas russas tentam dominar toda a região de Donetsk e exigem que Kiev retire suas tropas de lá, assim como das regiões vizinhas de Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, como condição prévia para a abertura de negociações de paz.