Flórida em alerta para a chegada do furacão Milton, que voltou à categoria 5

Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês) prevê que Milton atinja costa da Flórida como um "furacão extremamente perigoso" ainda nesta quarta (9)

Publicado em 09/10/2024 às 11:46

O furacão Milton deve tocar o solo na Flórida na noite desta quarta-feira (9), após ganhar força e voltar à categoria máxima, e o presidente Joe Biden alertou que pode ser "a pior tempestade" a afetar o estado "em um século".

Na terça-feira, Milton se tornou um ciclone de categoria 5, com ventos máximos sustentados de 270 quilômetros por hora, enquanto avança em direção ao estado da Flórida, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).

Às 09h GMT (6h em Brasília) desta quarta-feira, estava localizado a 485 km a sudoeste da cidade de Tampa, com três milhões de habitantes, na costa centro-oeste da Flórida.

Até que toque a terra na noite desta quarta-feira, pode haver "flutuações de intensidade", mas é esperado "que seja um furacão significativo e perigoso quando chegar", informou a agência.

Já castigada pela destrutiva passagem de Helene há dez dias, furacão que deixou mais de 234 mortos, "toda a península da Flórida está sob algum tipo de alerta ou aviso", afirmou o governador Ron DeSantis.

Biden afirmou que Milton pode ser "a pior tempestade na Flórida em um século" e pediu aos americanos em áreas de risco para que se retirem "agora, agora, agora".

"É uma questão de vida ou morte", acrescentou.

As companhias aéreas habilitaram voos adicionais partindo de Tampa, Orlando, Fort Myers e Sarasota, como forma de aliviar o congestionamento nas estradas.

Milton pode ser "a pior" tempestade a atingir a região de Tampa em mais de 100 anos, segundo o NHC.

A vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, pediu aos moradores da Flórida que "levem a sério" as autoridades locais.

 

As chuvas e ventos levados pelo furacão Helene foram 10% mais intensos devido à mudança climática, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela rede World Weather Attribution (WWA).

Os cientistas afirmam que a mudança climática provavelmente desempenha um papel na rápida intensificação dos furacões, pois as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor d'água, o que fornece mais energia às tempestades e, consequentemente, intensifica seus ventos.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) havia previsto em maio que a temporada de furacões no Atlântico Norte (de junho a novembro) seria especialmente turbulenta este ano devido à temperatura dos oceanos.

"Helene foi um alerta. É literalmente uma catástrofe", disse na segunda-feira à CNN Jane Castor, prefeita da cidade de Tampa. "Posso dizer isso sem exagerar: se escolherem ficar em uma das áreas de evacuação, vão morrer".

Geradores, alimentos, água e lonas estão sendo distribuídos por toda a Flórida e muitos moradores estão protegendo suas casas ou planejando sair.

"Todos estão indo embora. Estou saindo por precaução porque tenho filhos", disse Sam Lee, um encanador de 43 anos, na terça-feira.

John Gómez, de 75 anos, ignorou as recomendações e viajou de Chicago para tentar salvar a casa que tem na Flórida. "Acho que é melhor estar aqui caso algo aconteça", disse Gómez enquanto esperava na fila em um ginásio em Tampa para pegar sacos de areia para proteger sua casa das inundações.

Milton passou perto da península de Yucatán, no México, na noite de segunda-feira, provocando intensas chuvas, ventos fortes e ondas, mas sem que danos maiores fossem registrados.

FURACÃO HELENE 

O sudeste dos Estados Unidos ainda se recupera do impacto devastador do furacão Helene, enquanto os serviços de emergência seguem trabalhando para ajudar as inúmeras vítimas.

A casa de Katie, de cerca de trinta anos, que mora na cidade costeira de São Petersburgo, sofreu com as enchentes há duas semanas. Desta vez, decidiu ir para Orlando com seu filho e seu cachorro. "Desta vez não corro nenhum risco", disse à AFP.

A Disney anunciou o fechamento de seus parques temáticos em Orlando a partir das 13h desta quarta-feira (14h em Brasília).

Em plena campanha presidencial, o candidato republicano Donald Trump aproveitou a frustração sobre a resposta federal ao furacão Helene e a alimentou com desinformação, afirmando falsamente que o dinheiro para desastres havia sido gasto com migrantes.

"Você não tem empatia pelo sofrimento das pessoas? Você não tem nenhum propósito quando afirma ser um líder?", disse sua rival Kamala Harris em uma entrevista na televisão na noite desta terça-feira.

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