Ataque de Israel mata três jornalistas no Líbano

A emissora local Al-Jadeed exibiu imagens da cena, que mostra prédios desabados e carros marcados com a palavra "press" após o ataque

Publicado em 25/10/2024 às 20:40

Um ataque aéreo israelense a um complexo que abriga jornalistas no sudeste do Líbano matou três profissionais, informou ontem a Agência Nacional de Notícias do Líbano. A emissora local Al-Jadeed exibiu imagens da cena, que mostra prédios desabados e carros marcados com a palavra "press", imprensa em inglês, cobertos de poeira e escombros. O Exército israelense não emitiu um aviso antes do ataque e não comentou ocorrido.

A TV árabe Al-Mayadeen, sediada em Beirute e pró-Irã, disse que dois de seus funcionários - o operador de câmera Ghassan Najar e o técnico de transmissão Mohamed Rida - estavam entre os jornalistas mortos. A TV Al-Manar, do Hezbollah, disse que seu operador de câmera Wissam Qassim também foi morto.

Relatos

Ali Shoeib, um conhecido correspondente da Al-Manar no sul do Líbano, foi visto em um vídeo filmando a si mesmo com um celular dizendo que o operador de câmera que estava trabalhando com ele havia sido morto. Shoeib disse que os militares israelenses sabiam que a área atingida abrigava jornalistas de diferentes organizações de mídia.

"Estávamos reportando as notícias e mostrando o sofrimento das vítimas e agora somos as notícias e as vítimas dos crimes de Israel", acrescentou Shoeib no vídeo exibido na Al-Manar.

O ataque ocorreu durante a noite em Hasbaya, localidade que até agora não havia sido atingida pela intensificação dos bombardeios israelenses. No mês passado, vários jornalistas se mudaram para a região com outras equipes.

O ministro da Informação do Líbano, Ziad Makari, classificou o caso como "crime de guerra". "O inimigo israelense esperou a pausa noturna dos jornalistas para surpreendê-los quando dormiam", afirmou Makari, em mensagem na rede social X, antigo Twitter. "Foi um assassinato porque ali estavam presentes 18 jornalistas, que representavam sete instituições de mídia. É um crime de guerra." Vários jornalistas foram mortos desde que o conflito na fronteira entre Líbano e Israel se intensificou, no início de outubro do ano passado.

Outros bombardeios foram registrados ontem na periferia sul de Beirute, um dos redutos do Hezbollah, onde dois edifícios foram destruídos, segundo a agência de notícias libanesa NNA. O Exército israelense também afirmou ter bombardeado um posto fronteiriço entre o Líbano e a Síria, alegando que o Hezbollah utiliza o local para fornecer armas.

Fuga em massa

Com a ofensiva terrestre de Israel no Líbano, mais de meio milhão de pessoas deixaram o território libanês em direção à Síria, de acordo com a comissão governamental de gestão de crises em Beirute.

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