Celulares de Trump e de seu vice foram alvos de hackers chineses, diz jornal

Informação em telefones usados por um candidato presidencial e seu companheiro de chapa pode ser 'mina de ouro' para agências de inteligência

Publicado em 25/10/2024 às 20:13 | Atualizado em 25/10/2024 às 20:14

Os candidatos a presidente e vice-presidente dos EUA pelo Partido Republicano, Donald Trump e J.D. Vance, foram alvos de um ataque hacker supostamente promovido por chineses, segundo o jornal The New York Times. Os investigadores estão trabalhando para determinar se e quais dados de comunicação foram obtidos ou observados pela sofisticada invasão de sistemas de telecomunicações, segundo fontes, que falaram sob condição de anonimato para descrever um caso de segurança nacional ativo e altamente sensível.

O tipo de informação em telefones usados por um candidato presidencial e seu companheiro de chapa pode ser uma mina de ouro para uma agência de inteligência: para quem eles ligaram e enviaram mensagens de texto, com que frequência se comunicaram com certas pessoas e por quanto tempo conversaram com essas pessoas. Isso pode ser altamente valioso para um adversário como a China. Esse tipo de dado de comunicação pode ser ainda mais útil se os hackers pudessem observá-lo em tempo real.

Ameaças

A equipe de campanha de Trump foi informada esta semana que o candidato e seu vice estavam entre várias pessoas, dentro e fora do governo, cujos números de telefone foram alvos da infiltração nos sistemas telefônicos da empresa Verizon, disseram as autoridades. Não ficou claro se os hackers conseguiram acesso às mensagens de texto, especialmente aquelas enviadas por canais não criptografados.

Dados sobre as comunicações de um candidato presidencial e seu vice - mesmo sem o conteúdo das ligações e mensagens - também podem ajudar um adversário como a China a identificar e direcionar melhor as pessoas mais próximas de Trump para operações de influência.

A revelação ocorreu nos estágios finais de uma campanha na qual a equipe de Trump também foi alvo de hackers iranianos, que atacaram repetidamente pessoas próximas com e-mails de "spear phishing" (ataque cibernético) que foram, pelo menos parcialmente, bem-sucedidos em obter acesso às comunicações e documentos de sua campanha.

A segurança em torno de Trump também foi reforçada devido às ameaças de assassinato vindas do Irã. Durante a campanha, ele já sofreu duas tentativas. Em uma delas, na Pensilvânia, em julho, ele foi ferido com um tiro de fuzil na orelha. O atirador, Thomas Crooks, era registrado como republicano. Ele foi morto pelo serviço secreto.

Acusações

Um porta-voz da campanha republicana não citou diretamente se os telefones usados pelo candidato e por Vance foram alvos. Mas, em uma declaração, o porta-voz, Steven Cheung, criticou a Casa Branca e a vice-presidente, Kamala Harris, que seriam culpados por permitir que um país adversário dos EUA atacasse a campanha presidencial americana.

No início do ano, autoridades de segurança descobriram a presença em sistemas de telecomunicações americanos de um grupo de hackers afiliado à China chamado "Salt Typhoon". Mas os investigadores determinaram apenas recentemente que os hackers estavam mirando números de telefone específicos.

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