Kamala e Trump começam o último fim de semana de campanha
Vice-presidente democrata e o seu rival, o ex-presidente republicano, permanecem em empate técnico. Ambos concentrados nos estados-pêndulo
Kamala Harris e Donald Trump embarcam neste fim de semana em uma viagem frenética por vários estados altamente disputados em busca do voto dos indecisos para as eleições presidenciais de terça-feira (5) nos Estados Unidos.
A vice-presidente democrata e o seu rival, o ex-presidente republicano, permanecem em empate técnico nas pesquisas.
Ambos se concentram nos estados-pêndulo, onde os candidatos geralmente vencem por uma pequena margem, ao contrário de outros que são tradicionalmente republicanos ou democratas.
A ex-senadora, que pretende tornar-se a primeira mulher negra presidente do país, fará comícios na Geórgia, Carolina do Norte e Michigan para reforçar sua mensagem de que Trump é uma ameaça à democracia americana.
Ela pede aos eleitores que "virem a página" de Trump, a quem descreve como autoritário.
"Ele é alguém cada vez mais instável, obcecado pela vingança, consumido pelo ressentimento, e à procura de um poder desenfreado", disse a seus apoiadores em Little Chute, Wisconsin.
O magnata quer recuperar as chaves da Casa Branca. Se conseguir, será o primeiro presidente com uma condenação criminal e quatro denúncias.
Em entrevista à Fox News na manhã deste sábado, Trump criticou o estado da economia com base nos números decepcionantes sobre empregos divulgados na sexta-feira. É "um presente para mim", disse ele.
Ele também criticou uma propaganda democrata na televisão na qual esposas dos seus apoiadores votam secretamente em Kamala Harris.
"Você consegue imaginar uma esposa que não diz ao marido em quem vai votar?", perguntou ele.
O republicano de 78 anos sabe que, segundo as pesquisas, as mulheres preferem a democrata e os homens optam por ele.
E é difícil que a tendência tenha mudado depois que ele disse que protegerá as mulheres "quer elas gostem ou não".
Com relação à economia, Trump pretende defender o setor industrial do país, se necessário com guerras comerciais agressivas e tarifas de até 200%. Esta mensagem será repetida neste fim de semana na Carolina do Norte, Virgínia, Pensilvânia e Geórgia.
Trump endureceu sua retórica ao extremo para mobilizar suas bases, especialmente em relação à imigração.
"Os migrantes ilegais que chegam a este país matam pessoas todos os dias" e "estão desencadeando uma onda violenta de assassinatos nos Estados Unidos", afirmou recentemente sem provas.
"A mensagem final de Kamala para a América é que a odeia", disse ele na noite de sexta-feira em Warren, Michigan.
"Nada é mais perigoso do que dar um imenso poder a uma pessoa fraca, incompetente e com um QI extremamente baixo", disse ele horas depois em Milwaukee, Wisconsin.
Trump está ansioso pelo dia da votação, mas manifestou nostalgia pelo fim de sua aventura de nove anos com o movimento 'Make America Great Again' (MAGA).
Foi "a emoção de uma vida", disse. "Agora vamos transformar essa emoção em 'negócios', certo?"
Kamala Harris se cercou de artistas para se aproximar dos jovens e dos latinos, dois eleitorados importantes em eleições extremamente acirradas.
A lista é longa: Beyoncé, Bruce Springsteen, Cardi B, Jennifer Lopez, a diva pop de origem porto-riquenha e a banda mexicana Maná são alguns deles.
Na reta final, aumentam os temores a um possível surto de violência caso Trump perca e se recuse a reconhecer a derrota como fez em 2020.
As lojas na capital, Washington, começaram a proteger suas vitrines. As autoridades locais consideram "imprevisível" o que poderá acontecer após o encerramento das urnas.
Por enquanto, Trump e membros da sua comitiva mencionam fraudes em estados-pêndulos como a Pensilvânia.
Na lembrança de todos permanecem as imagens de uma multidão de apoiadores de Trump atacando o Capitólio em 6 de janeiro de 2021, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória eleitoral do atual presidente Biden.