Lula enviará embaixadora à posse de Maduro em Caracas

A avaliação do governo é a de que é necessário manter canais com os chavistas, mesmo após o distanciamento entre os dois governos nos últimos meses

Publicado em 03/01/2025 às 7:28 | Atualizado em 03/01/2025 às 7:28
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O governo brasileiro decidiu enviar uma representante à posse de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, mesmo sem reconhecer o resultado da eleição de julho. O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, ficará no Brasil e não enviará ninguém do alto escalão. Quem representará o Brasil será a embaixadora em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira.

A avaliação do governo é a de que é necessário manter canais com os chavistas, mesmo após o distanciamento entre os dois governos nos últimos meses e o desgaste provocado pelas eleições.

Lula era próximo do chavismo, mas a relação se deteriorou após a votação de julho. Tanto a oposição quanto parte da comunidade internacional afirmam que a vitória de Maduro foi fraudada. O Brasil cobrou que as autoridades venezuelanas mostrassem as atas das urnas, o que não foi feito.

A proximidade de Lula com Maduro cobrou um alto custo político no terceiro mandato do brasileiro. Ainda em 2023, Lula tentou reabilitar o ditador ao recebê-lo em uma cúpula de líderes sul-americanos em Brasília, mesmo diante das denúncias de abuso do regime. Na ocasião, Maduro foi criticado pelos presidentes Luis Lacalle Pou, do Uruguai, e Gabriel Boric, do Chile.

Ataques

Depois disso, Lula tentou se colocar como mediador entre Maduro e oposição, mas o Acordo de Barbados, costurado com participação do Brasil para superar a crise político na Venezuela, foi desrespeitado.

O caso incomodou o brasileiro e expôs as dificuldades para desatar um dos principais nós da política externa brasileira. Após a eleição, o regime chavista passou a criticar Lula, afirmando que o brasileiro estaria a serviço da CIA. Nem o Itamaraty nem a Presidência responderam às agressões.

 

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