Donald Trump retira Estados Unidos da OMS; medida pode impactar iniciativas globais de saúde
Ordem foi assinada junto a uma série de outros decretos após o novo presidente tomar posse da Casa Branca; os EUA eram os maiores doadores da OMS

O presidente americano Donald Trump assinou uma ordem executiva que retira os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS). O decreto faz parte de uma série medidas assinadas nesta segunda, 20, após o republicano tomar posse do seu segundo mandato.
Trump justificou a decisão afirmando que os Estados Unidos pagam injustamente mais que a China. "A OMS nos roubou. Isso não vai acontecer mais", disse o presidente. Os EUA são o principal doador do organismo da ONU.
No decreto, as agências federais são instruídas a "pausar futuras transferências de fundos do governo dos Estados Unidos, apoio ou recursos à OMS".
O novo governo americano também anunciou planos para revisar e rescindir a Estratégia de Segurança Sanitária Global 2024, iniciativa de saúde do governo de Joe Biden, planejada para responder às ameaças de doenças infecciosas.
Esta não é a primeira vez que Trump ataca a OMS. Durante a pandemia de Covid-19, em seu primeiro governo, ele contestou e atacou diversas vezes a conduta da crise sanitária pela organização.
Saiba como se inscrever na newsletter JC
OMS espera que EUA reconsiderem decisão
Com saída dos Estados Unidos, a expectativa é que a OMS passe por uma reestruturação significativa, que poderá causar interrupções em iniciativas de saúde no mundo todo.
Trump afirmou que a organização teria oferecido reduzir a contribuição dos Estados Unidos para que o país permanecesse na OMS, mas ele recusou.
Nesta terça-feira, 21, o porta-voz da OMS, Tarik Jaarevi, em uma coletiva de imprensa em Genebra, lamentou a decisão do presidente dos Estados Unidos e disse esperar que ele mude de ideia.
“Esperamos que os EUA reconsiderem, e realmente esperamos que haja um diálogo construtivo para o benefício de todos, para os americanos, mas também para as pessoas ao redor do mundo”, afirmou Jaarevi.
*Contém informações de AFP