A esperança que vem da doação

André Longo
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André Longo
Publicado em 03/10/2020 às 2:00
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A pandemia do novo coronavírus trouxe impacto em todos os âmbitos da nossa sociedade. Na área da saúde estão sendo necessárias diversas ações para acolher as pessoas acometidas pela Covid-19 e para garantir a assistência aos pacientes, em um esforço sem precedentes na história recente. Dentre esses esforços, está a luta contra o tempo para garantir os transplantes de órgãos e tecidos para os pacientes em fila de espera - 95% dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS).

O tema tão necessário e importante voltou à discussão no Setembro Verde, mês alusivo à causa, e deve permanecer presente ao longo dos próximos meses pelo momento de normalização dos procedimentos na rede de saúde e a ressignificação da dinâmica para conseguir um "sim" para aqueles que precisam desse gesto para ter uma melhor qualidade de vida.

Durante os meses mais críticos da pandemia, muitos transplantes foram suspensos pelos riscos inerentes ao momento epidemiológico. Mas é preciso destacar que todos os procedimentos de urgência foram garantidos, em um esforço conjunto da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), das equipes captadoras e transplantadoras e de todos os profissionais de saúde que estão envolvidos para que o gesto da doação e o transplante pudessem ser efetivados. Entre os principais desafios impostos nesse novo panorama, o de acolher as famílias dos potenciais doadores de forma remota, se adaptando a uma nova realidade do ambiente hospitalar.

Na última semana, com a retomada dos transplantes eletivos de córnea, todos os procedimentos de órgãos sólidos e tecidos passaram a atuar normalmente no Estado.

Isso foi possível a partir dos novos protocolos do setor, que garantem a segurança tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde. O momento é animador e acende a luz para que os procedimentos, que tiveram uma queda de 52% entre janeiro e agosto deste ano, comparando com 2019, voltem a estar no patamar anterior à pandemia.

Apesar de estarmos vivendo a mais grave crise de saúde pública dos últimos cem anos, não podemos deixar essa causa tão importante de lado. Este assunto precisa fazer parte das nossas conversas com os familiares para que eles saibam do nosso desejo de doar, ajudando e facilitando essa decisão.

Esse é um ato nobre, que salva e muda a realidade daqueles que precisam da doação de um órgão ou tecido para ter uma nova vida.

André Longo, Secretário de Saúde de Pernambuco

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