A quarta unidade da rede presta justa homenagem ao "Dom da Paz", nascido em 7 de fevereiro de 1909, cujo trabalho em vida inspira e orienta o funcionamento dos centros comunitários até hoje. Sua incansável luta contra as injustiças sociais e em favor dos mais necessitados tem nos dias atuais continuidade através da oferta de atividades culturais, esportivas, educacionais e de serviços rastreados por um projeto pedagógico fincado na educação para a paz.
Neste Compaz, situado a poucos metros do local da histórica missa em que o Papa João Paulo II saudou os pernambucanos e seu líder espiritual, é possível conhecer toda trajetória de Dom Hélder numa exposição permanente. Nela fica claro por quê o trabalho desse cearense valeu indicação certa ao prêmio Nobel da Paz de 1972, mas frustrada pelas covardes investidas do Governo Militar da época em boicotar o reconhecimento via embaixada na Noruega.
Em meio a tanto simbolismo, o novo Centro Comunitário da Paz ainda presta deferência a nomes do passado e do presente, que seguiram os ensinamentos do Arcebispo. A praça central reconhece a força do amor materno em nome de D. Elzita Santa Cruz, mulher de fibra que dedicou sua vida a buscar pelo paradeiro de seu filho, morto e desaparecido pela ditadura civil militar iniciada em 1964. Nesse espaço verde, que nos recorda a importância do meio ambiente, Fernando Santa Cruz e todos os mortos e desaparecidos brasileiros estão e estarão sempre presentes! A galeria que levará cultura e arte para o povo do Coque/Joana Bezerra presta homenagem ao Pe. Henrique, outra vítima do governo autoritário que ceifou vidas e sonhos, mas nunca a esperança que nos Compaz se renova. No auditório, que será o epicentro dos debates, foi relembrada a trajetória do jornalista Geneton Moraes Neto, mais um que através do talento, combateu as injustiças que os "anos de chumbo" legaram ao país. Por fim, a singela lembrança do educador físico e Cel.da PM/PE Jonas Barbosa, ex-membro da equipe da secretaria, falecido este ano, que nomeia a quadra poliesportiva que ele tanto gostaria de ver repleta de crianças praticando esportes para a cidadania.
A nova Fábrica de Cidadania do Recife fica na esquina da Rua Lourenço de Sá com a Av. Central, neste local, onde tantas histórias de vida se entrecruzam, outras tantas serão escritas e contadas. No Centro, nomeado "Compaz da democracia", iniciou nova história para o Coque e sua gente. Nele a justiça social e o respeito aos direitos humanos vencem no final.
Paulo Roberto Xavier de Moraes, advogado e secretário executivo de Prevenção e Cultura Cidadã do Recife
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