ARTIGO

Aprendizagem organizacional

"No mundo que vivemos, com desafios globais, é essencial que as organizações pratiquem o modelo de aprendizagem mútua". Leia a opinião de Eduardo Carvalho

Eduardo Carvalho
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Publicado em 19/02/2021 às 6:05
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"Para uma equipe para operar em harmonia, os seus membros devem compartilhar um propósito comum" - FOTO: PIXABAY
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Para uma equipe para operar em harmonia, os seus membros devem compartilhar um propósito comum. Num sistema saudável, o todo integra e transcende as partes, mantendo uma tensão criativa entre a subordinação e a autonomia.

Num ambiente de aprendizagem mútuo, denominado de modelo II na Ciência da Ação, se requer o domínio das práticas de diálogo e da discussão. No diálogo, há liberdade para explorar assuntos complexos. Todos participantes suspendem o ponto de vista pessoal, prestando profunda atenção ao que os outros dizem. O objetivo é que todos ganhem se comprometidos e agindo para o bem coletivo, em acordo com o propósito e os valores da instituição. Dialogando as pessoas se ajudam mutuamente e se conscientizam das incoerências dos pensamentos de cada um. Na discussão, diferentes visões são apresentadas e defendidas, em busca da melhor para sustentar as decisões que precisam ser tomadas. Diálogo e discussão são complementares.

Nesse modelo, as emoções predominantes são as do entusiasmo e da harmonia. A atmosfera é de profundo respeito e confiança mútua. É um ambiente que possibilita o compartilhamento de responsabilidades e a consciência que todos da equipe são capazes de colaborar para superar desafios. O modelo II é governado pelas variáveis: geração de informação válida, escolha consistente e bem informada. Exige geração e partilha dos embaraços e os medos não devem ser encobertos. Precisam ser discutidos de uma maneira competente para que as pessoas possam aprender e evoluir pessoalmente e profissionalmente. É o modelo democrático praticado em organizações maduras.

Entretanto, as organizações hierárquicas praticam o modelo unilateral (Modelo I) cuja variável governante é alcançar objetivos como o chefe os define para vencer. As estratégias comportamentais são: controlar unilateralmente o ambiente, proteger-se e proteger os outros do seu grupo, inibir a pesquisa que possa contrariar o seu propósito. As formas de implementar essa estratégia incluem: fazer avaliações encobertas e sem evidências confiáveis e não tratar assuntos embaraçosos. As consequências dessas estratégias incluem: relações defensivas, baixa liberdade de escolha e geração de informações não válidas. Esse modelo é autoritário. É o modelo do elogio protocolar, da hipocrisia, do cinismo. Pode ser eficaz em curto prazo para o sujeito que o produz, mas a médio e longo prazo terá consequências danosas para o próprio sujeito, para a organização, para os relacionamentos.

No mundo que vivemos, com desafios globais, é essencial que as organizações pratiquem o modelo de aprendizagem mútua.

Eduardo Carvalho, diretor da ABA Global Education

 *Os artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do JC

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