A importância da verdade e da confiança para as organizações

A verdade é fundamento da experiência humana construtiva e da confiança. Deve ser o principal valor de uma organização sustentavelmente consciente. Praticar a verdade, cuidar dela e nutri-la em uma organização não é apenas o compromisso dos altos executivos, embora eles devam liderar o exemplo; é trabalho de todos. Nada destruirá o espírito organizacional mais rapidamente do que falsidades. É por isso que ninguém se safa com uma mentira. Mesmo que não seja descoberta, o indivíduo ficará vulnerável, se tornou um mentiroso. À medida que mentiu e escapou da constatação, passa a desconfiar que os outros também sejam mentirosos, o que prejudica o seu relacionamento com eles e acreditar no que dizem, mesmo quando é verdade. É por isso que os mentirosos acham difícil confiar no outro. Aristóteles escreveu sobre a verdade em contraste com a mentira: "Dizer o que é que não é, ou o que não é e é, é mentira; enquanto dizer o que é e é, e o que não é e não é, é verdade".

Sempre que um grupo de indivíduos conspira para mentir ou deturpar qualquer coisa, eles criam o acordo mais instável entre os seres humanos - uma conspiração de mentirosos. Isso cria um dilema lógico: um indivíduo pode confiar em seus parceiros para permanecer fiel ao seu acordo e manter a mentira apenas na medida em que ele acredita que os outros são mentirosos convictos. Mas nesse caso, como ele pode confiar nessa promessa de cumplicidade? Uma vez que a falsidade é aceita nas relações, as sementes da desconfiança autodestrutiva são semeadas dentro desse grupo. E onde a confiança está abalada, os relacionamentos ficam comprometidos.

Confiança é como um lubrificante para as relações humanas define o filósofo Tom Morris, autor do livro "True Success" (Sucesso Verdadeiro). Sem ela, o mecanismo de interação é danificado e funciona até parar. Stephen Covey, autor do livro O Poder da Confiança, acrescenta que um modelo para avaliar o processo de confiança, baseia-se em "Contas de Confiança". Elas são semelhantes às "Contas Bancárias", com depósitos e saques referentes às relações entre as pessoas. O modelo Great Place to Work - GPTW define que a confiança no ambiente de trabalho é expressa por meio das relações: com o trabalho (sentimento de orgulho que as pessoas têm da empresa); com os colegas (espírito de equipe) e com os líderes (tratamento com respeito). As organizações GPTW proporcionam ambiente que torna as empresas mais competitivas.

Em síntese, a confiança deve ser construída, nutrida e preservada. É importante cuidar para não quebrá-la, pois é difícil recuperá-la.

Eduardo Carvalho, Harvard University Fellow

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