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Conselheiros e executivos

"A partir do crescimento das companhias no mercado ou com a pulverização do capital é comum haver mudanças na gestão, passando a serem administradas não só pelos acionistas e seus familiares, mas por executivos". Leia o artigo de Cláudio Sá Leitão

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CLÁUDIO SÁ LEITÃO

Publicado em 16/06/2021 às 6:01
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A governança corporativa (GC) está presente nas companhias (Cias) para regular a maneira como são dirigidas, administradas e controladas. Na governança corporativa (GC), como em qualquer modelo de gestão, é fundamental que a comunicação seja alinhada e que os princípios e objetivos sejam constantemente revisados. A partir do crescimento das Cias no mercado ou com a pulverização do capital é comum haver mudanças na gestão, passando a serem administradas não só pelos acionistas e seus familiares, mas por executivos. Contudo, apesar dessa profissionalização na administração das Cias, com frequência, se vê executivos envolvidos em escândalos, provocados por fatos relevantes identificados no exercício de sua função, por conta de atuações e de tomadas de decisões contrárias aos interesses e objetivos das Cias.

Nesses casos, esses executivos são, na maioria das vezes, notificados pelos conselheiros. De outra forma, os conselheiros não devem se aproveitar de sua posição em proveito dos seus interesses individuais. Sempre é bom lembrar que os executivos precisam saber e ter clareza dos objetivos das Cias. e estar alinhados com os seus propósitos, bem como os membros do conselho de administração (CA) devem agir e atuar para atender os interesses das Cias. Mas o que se espera de seus conselheiros é que atuem com ética, zelando pelo respeito aos princípios e aos valores das Cias.

Ambas as condutas, tanto dos executivos, quanto dos conselheiros, devem estar de acordo com os princípios básicos da GC. Nas Cias com estruturas mais sofisticadas, há um Código de Conduta (CC) e a sua existência eleva a imagem e a reputação destas Sociedades. O objetivo principal desse documento é proporcionar uma maior clareza, para os acionistas, conselheiros, executivos, inclusive o CEO, sobre os seus limites, poderes e papéis de atuação. A relação entre os executivos, de forma especial o CEO, e os conselheiros pode ser um ponto crítico e até de atrapalhar e dificultar, de forma considerável, as tomadas de decisões e a execução da estratégia empresarial a ser adotada pelas Cias.

Uma das queixas comuns dos executivos são as demandas efetuadas antes das reuniões do CA, gerando sobrecarga e interrompendo as suas tarefas para atender ao CA. Como forma de evitar conflitos mais sérios e embates corriqueiros, algumas medidas podem ser tomadas, entre os conselheiros e os executivos, para se ter uma relação normal, fluindo os assuntos e as decisões com facilidade, harmonia e coerência. Por isso, tratar da relação entre os conselheiros e os executivos, dentro do ambiente da GC, elimina os desgastes relevantes, no dia a dia, sendo um passo importante para estreitar os laços, em busca de um objetivo comum que é a competividade e a sustentabilidade das Cias.

Cláudio Sá Leitão, conselheiro pelo IBGC e CEO da Sá Leitão Auditores e Consultores.

 

*Os artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do JC

 

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