O comportamento que psicólogos denominam "tríade sombria ou do mal"

Reprimir a empatia permite tratar o outro como um objeto e desencadeia a crueldade. Esse antivalor é típico de comportamento que os psicólogos denominam "Tríade sombria ou do mal": narcisistas, maquiavélicos e psicopatas. Todos os três tipos compartilham graus variados de: malevolência social e duplicidade, egocentrismo, agressividade e frieza emocional. Seus extremos são doentes mentais perigosos, especialmente os psicopatas. Os tipos de graus médios e leves, lamentavelmente, vivem na sociedade, atuando em várias atividades profissionais.

Os narcisistas anseiam ser admirados. Entre seus pontos fortes, está a capacidade de ter boas ideias e conquistar seguidores. Entretanto, importam-se pouco com os efeitos de suas ações sobre os outros, obcecados por alcançar objetivos, independentemente dos custos humanos que possam acarretar. Têm empatia seletiva. Podem demitir funcionários, sem sentir solidariedade. Na ausência de empatia, não se arrependem. Como líderes não aceitam nem feedback construtivo, pois consideram ataque. Buscam informações que sustentem suas opiniões, ignorando os fatos.

Para o tipo maquiavélico, os fins justificam os meios, independente da dor humana que possa causar. O conceito é atribuído a Nicolau Maquiavel quando escreveu "O príncipe". Ele partiu do pressuposto que o dirigente para conquistar o poder, tinha apenas interesses próprios, não se importando com as pessoas que governava. Ignora o altruísmo. A palavra "maquiavélica" é usada para pessoas que têm comportamento cínico. São calculistas e arrogantes. O seu sangue-frio possibilita interações sociais, mas são pouco interessados em estabelecer conexões emocionais. Como os narcisistas, veem os outros como um objeto a ser manipulado para a realização dos próprios fins. Preferem ver as coisas com clareza, para melhor explorá-las.

O psicopata não tem remorsos. Para ele, as outras pessoas são sempre uma marca a ser enganada, usada e descartada. Não sentem medo antecipadamente, permanecendo calmos em situações que fariam muitas pessoas entrar em pânico. Essa frieza significa que pode ser muito perigoso. Não tem empatia e tem dificuldade de reconhecer medo nas pessoas. Como os maquiavélicos, o psicopata pode ser perito em cognição social, aprendendo a entrar na cabeça do outro para adivinhar seus pensamentos e sentimentos e "apertar os botões certos".

A "Tríade do mal" descreve características de uma mesma série, do narcisismo em grau leve até psicopata. Todos são nocivos ao convívio social e profissional saudáveis e confiáveis.

Eduardo Carvalho, Harvard University Fellow

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