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Covid-19 e o negacionismo de rebanho

Desde o início da pandemia provocada pelo coronavírus, o presidente da República e grande parte dos seus aficionados vêm defendendo o uso de medicamentos preventivos contra o vírus, sem qualquer comprovação científica

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Adeildo Nunes

Publicado em 24/06/2021 às 6:11
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Desde o início da pandemia provocada pelo coronavírus, o presidente da República e grande parte dos seus aficionados vêm defendendo o uso de medicamentos preventivos contra o vírus, sem qualquer comprovação científica, estabelecendo um ferrenho combate às vacinas mundialmente reconhecidas como eficazes, contrariando a visão global e majoritária da ciência e dos médicos-infecciologistas, num total menosprezo às recomendações da própria Organização Mundial da Saúde (OMS), fundada em 1948 e vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU).

O coronavírus que chegou ao Brasil em março de 2020 e desde então vem se alastrando por todos os recantos do País, ainda hoje é tratado por muitos como uma "gripezinha", embora já tenha tirado a vida de mais de 500 mil pessoas, podendo atingir números ainda mais alarmantes, ultrapassando, inclusive, os Estados Unidos da América, que atualmente detêm a maior quantidade de mortos pelo vírus.

A omissão do governo federal na aquisição das vacinas, quando elas foram inicialmente oferecidas por laboratórios internacionais renomados, ao lado da negação governamental sobre a sua importância no combate ao vírus, certamente deram causa a esta catástrofe sem limites e desumana, que vem provocando a morte de inúmeros brasileiros e dando causa à problemas sociais de natureza grave, como o desemprego e a inflação, três tormentos sociais que a cada dia prevalecem em detrimento da vida e do bem-estar social.

Não bastassem as graves manifestações públicas e os comentários odiosos pelas redes sociais, provocados por abnegados do presidente da República, em repúdio ao sistema democrático de governo, que o Brasil reconquistou depois de 21 anos de ditadura militar, quando manifestantes radicais pregaram o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, sem dúvidas, uma das páginas mais tristes para a história do País e para a sua democracia, agora essas mesmas vozes antidemocráticas e reacionárias estão sendo voltadas para o achincalhamento da Justiça Eleitoral e do processo eleitoral em vigor, modelo criado pela Constituição Federal de 1988, por leis e regulamentos.

A introdução do voto impresso, sem que existam motivações comprovadas sobre quaisquer antecedentes de fraudes eleitorais inerentes às urnas eletrônicas, um >sistema utilizado aqui desde 1996 e mundialmente elogiado, foi outra forma encontrada para atacar as nossas instituições.

Adeildo Nunes, mestre e doutor em Direito

  *Os artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do JC

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