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O crédito popular e a retomada do crescimento em Pernambuco

"O Governo do Estado entende que o Crédito Popular tem um importante papel a cumprir neste momento em que a economia precisa voltar a crescer. Uma das razões é porque ele beneficia principalmente quem não tem acesso às formas convencionais de crédito". Leia o artigo de Márcio Stefanni

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Márcio Stefanni

Publicado em 19/08/2021 às 6:00
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Pernambuco precisa voltar a crescer e se desenvolver. Para estimular a geração de emprego e renda enquanto ainda enfrentamos a pandemia da Covid-19, o governador Paulo Câmara lançou o Plano Retomada, um pacote de incentivos baseado em quatro eixos: investimento público, investimento privado, ambiente de negócios e pessoas e crédito. Na parte de crédito, o acesso foi facilitado e ampliado para empreendedores formais ou informais, pessoas físicas ou jurídicas, micro e pequenas empresas.

Uma das principais linhas é o Crédito Popular, modalidade fácil e rápida voltada para empreendedores e empreendedoras em que o valor a ser liberado pode chegar a R$ 5 mil, com até dois meses de carência, até 14 meses para pagar e juros de 0,50% ao mês. Quem quitar as parcelas em dia, ganha bônus de adimplência. É possível fazer o financiamento pelo contrato individual, com avalista, ou em grupo de 3 a 5 empreendedores, com aval solidário.

O Governo do Estado entende que o Crédito Popular tem um importante papel a cumprir neste momento em que a economia precisa voltar a crescer. Uma das razões é porque ele beneficia principalmente quem não tem acesso às formas convencionais de crédito, autônomos e autônomas, pessoas carentes que vivem de uma atividade econômica informal, como a venda de confecções, cosméticos, alimentos, salões de beleza, mercadinhos e tantos outros pequenos negócios.

O Crédito Popular, operado pela Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE), chega atualmente a 152 dos 185 municípios do Estado e já beneficiou mais de 13 mil micro e pequenos empreendimentos. A inadimplência tem sido baixíssima, uma vez que as pessoas mais humildes costumam prezar pelo nome, seu maior patrimônio. A meta é atingir outras 27 mil pessoas e chegar a todos os municípios, o que deverá injetar cerca de R$ 56 milhões na economia. O dinheiro pode ser utilizado, por exemplo, para capital de giro, renovação de estoque, reformas, aquisição de maquinário e equipamentos.

Gerar empregos formais é importante e, neste sentido, o Plano Retomada espera gerar 133 mil novos postos de trabalho em Pernambuco. Uma das ações é o pagamento, durante seis meses, de metade do salário dos novos trabalhadores contratados pelo setor privado. Contudo, não podemos nos esquecer do trabalho informal, pois temos 49% da nossa população ocupada vivendo na informalidade. O Estado como indutor do desenvolvimento ao lado das empresas precisa chegar aos invisíveis e um dos caminhos é justamente o microcrédito.

A experiência pioneira do professor indiano Muhammad Yunus, que lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz em 2006, juntamente com o Grameen Bank, já mostrava que o microcrédito se caracteriza como uma política de combate à pobreza e inclusão social, e não exatamente como uma política de financiamento. Isso aumenta ainda mais a importância do Crédito Popular no contexto da pandemia, em que é preciso cuidar, antes de tudo, das pessoas.

Márcio Stefanni, Diretor-presidente da Agência de Empreendedorismo de Pernambuco - AGE.

 

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