ARTIGO

Cidadãos e líderes globais comprometidos com o crescimento sustentável inclusivo

"Para viabilizar esses objetivos, faz-se necessário a mudança do propósito da educação, desde o ensino infantil, que tradicionalmente compreende a preparação das crianças e dos jovens para a vida e carreira". Leia a opinião de Eduardo Carvalho

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EDUARDO CARVALHO

Publicado em 20/08/2021 às 6:15
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O mundo está doente. Como diz o ambientalista Lester Brown, fundador do World Watch Institute, "em todo lugar há busca de produção e consumo ilimitado num mundo finito". Basta olhar a obsessão das empresas por crescimento de dois dígitos a cada ano. Sonha-se com o crescimento de nosso PIB no padrão chinês, sem refletir se essa obsessão por crescimento não seria um "câncer", capaz de fazer todo o conjunto entrar em colapso.

Viver sustentavelmente no planeta terra requer uma abordagem sistêmica que ajude a solucionar graves problemas: perda da biodiversidade, desertificação, aquecimento global, mudança climática. Essas tragédias prejudicam a vida no planeta, causando: aquecimento, enchentes, tsunamis, desertificação, extinção de espécies, entre outras catástrofes.

Precisamos evoluir a nossa consciência para a construção de culturas de sustentabilidade: Pensar e agir, por exemplo, em acordo com "Modelo de Sistema Mundial"- MSM, que orienta a geração de perguntas que explorem conexões entre os elementos de um sistema, criando sinergias que atendam a necessidades de outros elementos; compreender e aplicar os princípios de design e de tecnologias ecológicas, desenvolvendo sistemas que viabilizem a produção de produtos fundamentais para o consumo da sociedade, sem a necessidade de insumos e combustíveis fósseis, como é a abordagem da permacultura; respeitar os objetivos e metas de Desenvolvimento Sustentável e os acordos internacionais sobre mudança do clima; e reduzir a pegada ecológica.

Para viabilizar esses objetivos, faz-se necessário a mudança do propósito da educação, desde o ensino infantil, que tradicionalmente compreende a preparação das crianças e dos jovens para a vida e carreira. O intuito é formar cidadãos e líderes globais, comprometidos com o crescimento sustentável inclusivo, em convivência pacífica num planeta feliz (Happy Planet Index elevado). Esse processo requer uma profunda mudança na forma de pensar e agir. As crianças e jovens tornam-se agentes de transformação. Para isso, o ecossistema educacional deve objetivar o desenvolvimento sustentável. Os aprendizes são preparados para tomar decisões e agir de forma consciente, envolvendo-se em projetos para a solução dos problemas locais e globais. Assim, precisam desenvolver competências e habilidades que lhes capacitem a pensar critica, empática e globalmente sobre problemas globais. Cada cidadão compromete-se com a sustentabilidade do planeta, devendo refletir sobre suas atitudes, ações, e os impactos que poderão causar no mundo atual e no futuro.

Eduardo Carvalho, Harvard University Fellow

 

*Os artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do JC

 

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