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Políticas ambientais, sociais e de governança nas empresas familiares

"Cada vez mais os desafios sociais e ambientais têm impacto na atuação das empresas familiares, afetando sua estratégia, sua reputação e o seu valor de longo prazo". Leia o artigo de Cláudio Sá Leitão

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CLÁUDIO SÁ LEITÃO

Publicado em 12/11/2021 às 6:00
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As empresas familiares (EF) contribuem com mais da metade do PIB e dos empregos do mundo, sendo um dos segmentos de grande influência na geração de renda e na arrecadação tributária. Devido ao peso na economia mundial, é importante que essas EF continuem avançando na adoção dos fatores ASG/ESG, de modo a não desviar da rota do crescimento. Quando essas EF adotam a agenda de políticas ambientais, sociais e de governança (ASG), representado em inglês pela sigla ESG (Enviromental, Social and Governance), elas se tornam as preferidas dos investidores, devido as métricas relacionadas com a preservação ambiental, com a responsabilidade social e com a governança. Não é de hoje que as EF brasileiras se preocupam em promover os valores ASG/ESG no modelo de seus negócios. Cada vez mais os desafios sociais e ambientais têm impacto na atuação das EF, afetando sua estratégia, sua reputação e o seu valor de longo prazo.

As mudanças climáticas, a ampliação da desigualdade social e as inovações tecnológicas, entre outros fatores, têm provocado fortes transformações nas EF. As pautas socioambientais e de governança corporativa (GC), adotadas pelas EF, representam características determinantes dos investidores, junto ao perfil da família controladora. Há uma tendência atual de que as EF fortaleçam as práticas sócio ambientais, em face das mudanças climáticas e da ampliação da desigualdade social, bem como do impacto dos seus funcionários na comunidade, onde elas estão inseridas. Para tanto, os fatores ASG/ESG já devem estar incorporados à agenda de sustentabilidade e contemplados no plano de negócios das EF. Ademais, as ausências de transparência e de equidade, assim como da prestação de contas e da responsabilidade corporativa, que são os pilares básicos da GC, levam os compromissos socioambientais a não se sustentarem. Tradicionalmente, as EF passam o comando de seus negócios para as gerações seguintes, de modo a preservar o bem estar de todos. Portanto, uma GC bem definida pode evitar os eventuais conflitos societários que são comuns nessas transições de comando. Em algumas situações, há a necessidade da assessoria de profissionais para solucionar tais conflitos.

Investir em mecanismos profissionais de resolução de conflitos é um caminho importante para planejar e manter a harmonia familiar. Porém, sem esquecer de profissionalizar a gestão e de diversificar a composição do conselho. Por fim, as EF devem dispensar atenção especial no que diz respeito aos aspectos sociais, ambientais e de GC, de forma a atuarem de forma integrada, para progredir com as pautas de sustentabilidade, visando a continuidade e o sucesso dos negócios familiares.

Cláudio Sá Leitão, conselheiro pelo IBGC e CEO da Sá Leitão auditores e consultores

 

*Os artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do JC

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