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A Voz das Urnas

"O sucesso eleitoral consagrou propostas de inclusão, priorização da gestão, interiorização das ações da OAB, transparência e preserva aquilo que a Ordem tem de mais precioso: a sua independência". Leia a opinião de Bruno Baptista

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BRUNO BAPTISTA

Publicado em 22/11/2021 às 6:47
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A advocacia pernambucana deu mais uma demonstração de sua força, na última terça-feira (16), nas eleições para as diretorias e conselhos da OAB Pernambuco e suas 25 subseções. Mais de 15 mil advogados e advogadas participaram do pleito e deram, por maioria, a vitória à chapa OAB Mais Unida, encabeçada por Fernando Ribeiro Lins e Ingrid Zanella. O sucesso eleitoral consagrou propostas de inclusão, priorização da gestão, interiorização das ações da OAB, transparência e preserva aquilo que a Ordem tem de mais precioso: a sua independência. A vitória na disputa eleitoral é da chapa, mas a grande vitoriosa com o processo democrático é, ao fim e ao cabo, a advocacia pernambucana.

A advocacia apontou para onde devemos seguir: reforçar conquistas históricas e ao mesmo tempo inovar, buscando novos avanços para desafios que surgem a cada virada de calendário. E a chapa vencedora está pronta para isso: é plural, inclusiva, paritária e conta com a participação de profissionais jovens e do interior. As propostas defendidas também sinalizam para o futuro, com uma interseção cada vez maior entre direito e tecnologia, ampliação dos serviços da CAAPE e ESA e apoio a quem está iniciando sua jornada profissional. Isso tudo sem descuidar, jamais, dos nossos principais pilares: a defesa das prerrogativas, de uma melhor e mais célere prestação jurisdicional e do estado democrático de direito.

Houve um processo eleitoral com intensa e ampla participação de todos, seja nos debates e entrevistas com os candidatos, seja em diálogos entre colegas sobre os rumos da entidade. A votação e apuração transcorreram com ampla transparência. Mas cada eleição tem seu aprendizado, principalmente para quem a organiza, e essa avaliação a OAB-PE irá fazer para aprimorarmos nosso processo eleitoral, num ciclo contínuo de aprimoramento. É possível ver, pelo mundo, uma estratégia de alguns grupos políticos de tentar macular a democracia pondo em xeque o seu momento mais simbólico e representativo, que é a eleição. Em momento como estes, tanto o lado vencedor como o derrotado devem saber ouvir, com responsabilidade, o recado das urnas e buscar se comportar de acordo com o papel que lhe foi atribuído pelos eleitores, respeitando o processo democrático. A oposição, em que pese os excessos retóricos, cumpre o seu papel neste processo quando contribui para o debate e respeita o resultado das urnas.

Mas agora, passado o calor da disputa eleitoral, é preciso desarmar os palanques e os espíritos, estender as mãos, olhar a classe como um todo e trabalhar para construir o futuro. A partir de agora, não há mais situação e oposição, mas sim advogados e advogadas formando o grande corpo que é a Ordem, para que ela continue altiva na defesa da classe e dos melhores valores da sociedade. E tenho a plena convicção de que Fernando e Ingrid estão mais do que preparados para unir toda a advocacia pernambucana em torno destes objetivos comuns.

Bruno Baptista, Advogado e Presidente da OAB-PE

*Os artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do JC

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