ARTIGO

A criação do Instituto Federal do Agreste

"A criação do Instituto Federal do Agreste, proposta pelo Ministério da Educação, é uma decisão política acertada e fundamental para aproximar a gestão do IF das demandas da região". Leia o artigo de Mendonça Filho

Imagem do autor
Cadastrado por

MENDONÇA FILHO

Publicado em 04/12/2021 às 6:08
Artigo
X

A criação do Instituto Federal do Agreste, proposta pelo Ministério da Educação, é uma decisão política acertada e fundamental para aproximar a gestão do IF das demandas da região. No modelo atual, os campi de Caruaru, Garanhuns, Belo Jardim, Pesqueira, Barreiros, Palmares, Vitória de Santo Antão e Afogados da Ingazeira são administrados pelo IFPE do Recife. Além da distância física de até 380 km, o grande número de campus dificulta a boa gestão e chega a gerar prejuízo, como a perda de recursos do MEC, por unidades do interior, em função do processo burocrático centralizado.

O Agreste precisa ter representatividade, voz e importância na educação técnica federal em Pernambuco igual ao do ensino superior. O região tem campus da UFPE em Caruaru. Na minha gestão no MEC ganhou o da UFRPE, em Belo Jardim, e a Universidade Federal do Agreste, em Garanhuns. O IF Agreste chega para preencher essa necessidade. Vai impactar positivamente na interiorização da educação, beneficiando jovens da região e da Mata. O olhar de proximidade vai permitir um diálogo melhor com o setor produtivo para a oferta de cursos que potencializem o desenvolvimento econômico e social.

O projeto de Lei de reordenamento dos IFs, em tramitação no Congresso Nacional, cria o IF Agreste com oito campi: Caruaru, Garanhuns, Belo Jardim, Pesqueira, Barreiros, Palmares, Vitória de Santo Antão e Afogados da Ingazeira. A decisão legítima e respaldada pela maioria da bancada pernambucana, com atuação destacada do senador Fernando Bezerra Coelho, não gera nenhum prejuízo para o IFPE, que continua com os campi Recife, Abreu e Lima, Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Ipojuca, Jaboatão, Olinda, Paulista.

Com estrutura menor, concentrada na capital e em municípios da RMR, o IFPE certamente vai gerir melhor não só os campis, mas as demandas metropolitanas. Os estudos técnicos para a descentralização de IFS no país foram iniciados quando fui ministro. Na essência, os propósitos são os mesmo do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional (2005): melhorar a distribuição espacial e a cobertura dos IFS, ampliar o acesso à Educação e superar as desigualdades regionais com formação profissional e tecnológica. A diferença é que a expansão de 2005 não teve planejamento adequado e centenas de IFS e universidades criadas passaram anos funcionando em sede provisória.

No MEC liberei recursos para obras em IFS em todo o país. Em Pernambuco, viabilizei recursos para a conclusão de campi definitivos do IFPE em Abreu e Lima, Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Igarassu e Palmares. A nossa gestão no MEC valorizou o ensino técnico. Da reforma do ensino médio, incluindo a formação técnico profissionalizante como itinerário formativo, até um forte investimento nos IFs no País. O IF Agreste é uma grande conquista para o nosso estado.

Mendonça Filho, ex-ministro da Educação e consultor da Fundação Lemann.

 

*Os artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do JC

Tags

Autor