O Natal e a esperança de que há esperanças
"Imaginando que somos uma grande família, espelhando-se na caminhada de Jesus que sempre somou e nunca dividiu, e esperançosos de dias melhores poderemos nos regalar com um Brasil próspero, com igualdade social". Leia o artigo de Otávio Santana do Rêgo Barro
Ontem foi dia de faina. Montamos a tradicional árvore de Natal. É costume em nossa família fazê-lo no primeiro dia do mês de dezembro. Nos demos conta, o ano acabou. Um lugar-comum, mas sempre instigante.
Em outras ocasiões contaríamos com a risada dos filhos, nora, genro, com o latido dos cachorros e, mais recentemente, com a correria do neto tropeçando em tudo. Desta vez fomos nós: ela e eu.
Prefiro pensar: o ano começou. Claro, nascimento é começo. E de Jesus, é sempre recomeço. Todos os anos temos a oportunidade de refazer o caminho, corrigir os erros e até trilhar uma vereda desconhecida que só julgaremos se boa ou ruim ao percorrê-la até o final.
Retira a árvore da caixa. É muito grande. Trabalhosa para montar. Nunca havia percebido. Ou sempre deixei essa missão à filha? Onde estão as bolas douradas? E as azuis e vermelhas? Os laços multicoloridos?
A estrela do topo da árvore não está legal. Ficou amarela com o tempo. Amanhã compro outra. As luzes, precisamos testar. Ainda funcionam. Mas os fios enlinhados nos dão um trabalho danado.
Cansado, sento-me para ler um pouco.
Logo sou chamado: "é muito alto, não consigo colocar o anjinho lá em cima". Quase esquecíamos de pôr o tapete verde e vermelho na base da árvore onde depositamos os presentes.
A família encontrou na black friday passagens em promoção e vem passar o Natal conosco.
Nossos olhos brilham de pensar no abraço gostoso do neto. No ano que vem a prole aumentará. Já colocamos dois anjinhos representando cada um dos netos.
Ficou muito linda. Recolhemos os papéis que embrulhavam os penduricalhos, limpamos a sala, arrumamos as caixas, fomos nos deitar.
Fizemos as orações do mês com a proposta de lermos o evangelho de São Lucas em seus 24 capítulos.
No dia do nascimento do Menino Jesus teremos concluído a Sua história terrena.
Sua peregrinação não foi em vão. Seus ensinamentos cada dia se renovam, firmando a esperança de que há esperanças.
Esperança que é construída por cada um de nós, com o consentimento de cada um dos outros nós.
Assim, imaginando que somos uma grande família, espelhando-se na caminhada de Jesus que sempre somou e nunca dividiu, e esperançosos de dias melhores poderemos nos regalar com um Brasil próspero, com igualdade social. Com um Brasil mais justo.
Feliz Natal. Um Ano Novo pleno de realizações.
Paz e bem!
Otávio Santana do Rêgo Barro, general de Divisão
*Os artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do JC