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Fundo eleitoral e tragédias

"Com todo o respeito aos senhores deputados e senadores, é uma vergonha que vossas excelências não participem de ações e nem tenham ideias para liberar a maior quantidade de verba possível para o auxílio dessas vítimas". Leia o artigo de Antonio Tuccilio

Antonio Tuccilio
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Antonio Tuccilio
Publicado em 22/01/2022 às 0:00 | Atualizado em 22/01/2022 às 8:19
CAMILA SOUZA / GOVERNO DA BAHIA / AFP
Chuva em Ilhéus, na Bahia - FOTO: CAMILA SOUZA / GOVERNO DA BAHIA / AFP
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Infelizmente, parece que tragédias causadas pelas chuvas de verão já viraram rotina para os brasileiros. Centenas de famílias desalojadas, que em apenas algumas horas perderam o que conseguiram construir em anos. Na Bahia, pelo menos 20 pessoas perderam a vida e mais de 31 mil estão desabrigados e outros 31 mil encontram-se desalojados. Ainda mais recente, Minas Gerais também sofre com as chuvas, mais de 138 cidades mineiras estão em estado de emergência e nos primeiros 10 dias do ano, 6 óbitos já haviam sido registrados.

Essas famílias precisam de amparo urgente. Alguns argumentam que faltam verbas para ajudar vítimas de desastres naturais, mas os políticos são os primeiros a esquecerem o significado da palavra altruísmo nessas situações. Senhores políticos, os mais de R$ 5 bilhões destinados ao fundo eleitoral é dinheiro do povo brasileiro, ao invés de destinar para campanhas e diversas outras firulas eleitorais, por que não devolver parte desse montante para as vítimas dessas tragédias?

E não podemos esquecer de mencionar as emendas de relator, que em dezembro de 2021, poucos dias antes da tragédia na Bahia, aprovou um parecer preliminar do Orçamento de 2022 em que R$ 16 bilhões seriam destinados a essas emendas. Com todo esse dinheiro, se fosse revertido para as famílias desabrigadas e desalojadas, daria para recuperar muito do que foi perdido nas chuvas.

A situação atual é muito crítica. E com todo o respeito aos senhores deputados e senadores, é uma vergonha que vossas excelências não participem de ações e nem tenham ideias para liberar a maior quantidade de verba possível para o auxílio dessas vítimas.

Isso é uma afronta e um tapa na cara do povo brasileiro. Sem mencionar que a pandemia ainda não acabou e o número de casos voltou a subir, muitas pessoas perderam o emprego durante a crise, diversas famílias perderam seus provedores. Diante de tragédias como essas, é difícil se reerguer. É um absurdo que quem foi eleito para nos representar pouco faz pelo povo.

*Antonio Tuccilio, presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)

 

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