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Não deve haver relativismo ético, ou seja, a ética da conveniência, traduzida no ditado popular "a ocasião faz o ladrão"

A conduta ética deve ser o alicerce de uma organização. Está na essência da cultura corporativa, correspondente aos fundamentos que sustentam a integração e a formulação de estratégias consensuais.

EDUARDO CARVALHO
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EDUARDO CARVALHO
Publicado em 18/02/2022 às 0:00 | Atualizado em 18/02/2022 às 8:21
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A palavra ética vem do grego "ethos" e significa marca ou caráter. É a ciência do bem comum e da verdade. Não deve haver relativismo ético, ou seja, a ética da conveniência, traduzida no ditado popular "a ocasião faz o ladrão". Não está no discurso, mas no exemplo. É uma planta que temos de regar diariamente para não perder a fertilidade. A ética e a verdade são a essência da consciência humana. Têm a ver com o ser. É fundamental em qualquer grupo que os cidadãos desenvolvam a consciência ética, que corresponde à capacidade de avaliar, julgar, decidir, agir. Sem ética, não há grupo sustentável.

A conduta ética deve ser o alicerce de uma organização. Está na essência da cultura corporativa, correspondente aos fundamentos que sustentam a integração e a formulação de estratégias consensuais. Não se define por um código, com normas formais e coercitivas, mas por uma construção coletiva, que eduque e conscientize a equipe para liberdade responsável, relacionamento harmonioso, realizações colaborativas e bem-sucedidas.

A organização ética conquista o respeito e a confiança de seus funcionários, clientes, fornecedores e todos que se relacionam com ela. A prática de gestão participativa valoriza o diálogo, desencorajando atitudes autocráticas e manipuladoras e criando na equipe o orgulho de pertencer

Numa organização ética as funções de maior poder decisório, conselheiros e diretores, precisam ser exercidas por pessoas que compartilhem esse valor. Assim, os processos seletivos de funcionários e consultores buscarão indivíduos que subscrevam esses princípios.

O líder ético decide expressando seu ser integral. Desenvolve a cooperação criativa para ações que visem o bem comum. É confiável, digno de respeito e merecedor de dedicação da equipe às causas propostas. Busca ser exemplo para conscientizar valores e boas atitudes. A transparência sobre as suas ideias, projetos e ações marcam a sua credibilidade. É um agente ético de renovação contínua de sua equipe e da organização. Concilia segurança e mudança. Tem habilidade para dar feedbacks, ainda que negativos. Desenvolve estratégias para administrar as crises, sem prejudicar a renovação contínua, dinamizando oportunidades. Delega responsabilidades e obtém participação e cooperação espontâneas. Assim, forma uma equipe onde cada um conhece o seu papel, comprometida em fazer o seu melhor e preparada para as mudanças exigidas pelos novos cenários. É um profissional essencial para a perpetuidade da organização

Eduardo Carvalho, Harvard University Fellow

 

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