OPINIÃO

Enfrentar a velhice com disposição e vida longa

Continuar tocando a vida, com ou sem mudanças, realizando os projetos, manter o equilíbrio das finanças para usufruir melhor os prazeres da vida e, se necessário, dar apoio aos descendentes, são alguns dos requisitos que alongam a nossa expectativa de vida

CLÁUDIO SÁ LEITÃO
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CLÁUDIO SÁ LEITÃO
Publicado em 19/03/2022 às 0:00 | Atualizado em 19/03/2022 às 5:56
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Maioria das pessoas idosas não têm renda garantida e são obrigadas a seguir trabalhando - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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Desenvolver mecanismos que ajudem a população no enfrentamento a chegada da velhice vem se tornando uma preocupação mundial. No Brasil esse tema está em pauta há várias décadas e teve como marco a introdução pelo Governo da Lei Federal No 10.741, de 01.10.2003, mais conhecida como "Estatuto do Idoso", o qual estabelece que a velhice chega quando atingimos os 60 anos de vida. A partir dessa idade, a pessoa passa a ter alguns "privilégios", tais como, vagas especiais em estacionamentos e fila preferencial em bancos e supermercados, além de descontos nas passagens de ônibus e nas entradas para cinema e teatro.

Em um passado, não muito distante, quando a expectativa de vida mal passava dos 60 anos, as pessoas que conseguiam chegar a essa idade tinham em mente apenas a acomodação. Atualmente, com os avanços da medicina e as descobertas médicas, as instituições de saúde pública e privada dispõem de meios que nos possibilitam prolongar a vida por mais algumas décadas.

Tudo isso contribuiu para que a expectativa de vida aumentasse para os 80 anos ou mais, fazendo com que os sessentões deixassem de se recolher aos aposentos, renovando suas energias, se exercitando, abrindo novas empresas, transformando hobbies em negócios e até decidindo interromper casamentos insatisfeitos, para se aventurar em novos relacionamentos. Essa "nova geração" de idosos espera viver pelo menos mais 20 ou 30 anos e, portanto, continuam fazendo novos planos, sempre em busca de uma vida tranquila e mais feliz.

Para tanto, faz-se necessário construir uma boa reserva financeira para garantir o futuro e se preparar para eventuais sequelas de acidentes, de doenças graves, da invalidez, entre outras ocorrências. Além disso, não deixar de cultivar a atividade intelectual e estar sempre aberto às novidades do mundo, não se prendendo a preconceitos e modismos. Não esquecendo de manter estreitas relações com familiares e com amigos, pois serão imprescindíveis nessa fase da vida, e sempre se portar de forma simpática e elegante.

Ter amigos custa caro, mas não em dinheiro e sim em tempo. Cultivar amizades significa aplicar uma boa parcela do seu tempo em divertimento. É importante lembrar que nenhum sucesso financeiro e profissional compensa um fracasso familiar e, por isto, os amigos tornam-se, nessa fase, ainda mais importantes, à medida que vamos ficando mais velhos. Continuar tocando a vida, com ou sem mudanças, realizando os projetos, manter o equilíbrio das finanças para usufruir melhor os prazeres da vida e, se necessário, dar apoio aos descendentes, são alguns dos requisitos que alongam a nossa expectativa de vida, fazendo com que o bônus de ter uma vida longa não se transforme em um ônus, ao ter que enfrentar a inevitável velhice.

Cláudio Sá Leitão, conselheiro pelo IBGC e CEO da Sá Leitão Auditores

 

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