Bolsonaro agora receita "Emendas Rivotril" para acalmar deputados
Tem chance de ser eficaz, mas podem ocorrer dois efeitos colaterais: o primeiro já ocorreu quando a bilionária Emenda do Relator agravou a anemia financeira do cidadão brasileiro que pagou a conta; o segundo é que os rattus rattus brasiliensis devorem o "queijo" antes que chegue ao destino.
O Presidente Bolsonaro voltou a receitar, como já fizera durante a pandemia, ao prescrever cloroquina, ivermectina e azitromicina no tratamento precoce do coronavírus. Ratificou o negacionismo e, segundo parecer da CPI da Covid, cometeu o crime de charlatanismo, definido pelo artigo 283 do Código Penal.
Agora, Sua Excelência afirmou que emenda de relator “ajuda a acalmar o Parlamento” porque “o que (eles) querem é mandar os recursos para suas cidades”. Ou seja, o Chefe do Executivo descobriu e aplicou um “calmante” para os nervos dos candidatos agravados pela tensão pré-eleitoral.
A gente está cansado de saber que um dos males nosso século é o transtorno mental, em larga escala, que tem suas raízes no estilo de vila na chamada “sociedade dos excessos” e, mais precisamente, “a sociedade do cansaço”.
Caberia referir, também, à “sociedade dos contrastes” que revelam situações extremas de concentração de riqueza e a vasta dispersão da miséria mundo afora. A desmedida dos comportamentos e de distintas realidades revelam sequelas produzidas pela gula do sobrepeso em contraposição ao esquálido exército de famintos.
Não bastasse um panorama social e ambiental desoladores, os índices de violência doméstica ganham uma dimensão global quando nações empreendem a tragédia da guerra.
Ao mesmo tempo, os deuses do consumo, da velocidade e o apelo narcísico do mundo digital, despertam a competição de ter cada vez mais, de ganhar sempre, padrões de comportamentos que, uma vez contrariados, desencadeiam ansiedade e frustração responsáveis por um grave mal-estar emocional das pessoas.
Aí quando a alma e o corpo respiram uma atmosfera tóxica, entram em cena psicoterapias/e ou o arsenal dos recursos farmacológicos. Da família dos ansiolíticos (clonazepan), o rivotril e aparentados são usados largamente para enfrentar transtornos emocionais, com as devidas cautelas médicas, considerando os efeitos colaterais.
A rigor, o objetivo é devolver ao paciente a sensação de calma e despertar a consciência de que, com adequada ajuda, é possível vencer os demônios das frustrações.
Pois bem, o Presidente bem que poderia ministrar chá de camomila, valeriana ou passiflora. Valeu a experiência que acumulou no Legislativo e no Executivo: deu verba na veia; transfusão de milhões de reais.
Tem chance de ser eficaz, mas podem ocorrer dois efeitos colaterais: o primeiro já ocorreu quando a bilionária Emenda do Relator agravou a anemia financeira do cidadão brasileiro que pagou a conta; o segundo é que os rattus rattus brasiliensis devorem o “queijo" antes que chegue ao destino.
Gustavo Krause, ex-governador de Pernambuco