OPINIÃO

Crescimento do G da agenda ASG/ESG

O mercado tem compreendido que o "G", integrante do conjunto de valores e objetivos expressos na sigla ASG/ESG, não pode ser um apêndice em um modelo de negócios, exercitado com ações pontuais e esporádicas, mas deve estar sempre presente em cada processo da cia, compondo a própria cultura corporativa.

CLÁUDIO SÁ LEITÃO
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CLÁUDIO SÁ LEITÃO
Publicado em 17/05/2023 às 0:00 | Atualizado em 17/05/2023 às 7:08
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Reunião da ONU no Egito: governança ambiental no centro do debate - FOTO: STRINGER / AFP

A sigla ASG/ESG, representada pelas três letras; "A" de Ambiente, "S" de Social e "G" de Governança, cuja abreviatura em inglês "ESG" (Environmental, Social and Governance), já não é mais novidade no mercado. O próprio mercado já tem conhecimento de que o crescimento das práticas ASG/ESG tem a capacidade de proporcionar a sustentabilidade dos negócios empresariais. Como os assuntos relacionados ao meio ambiente e as questões sociais já estão sendo tratados pelos segmentos da sociedade, as companhias (cias) passaram a implementar, revisar e readaptar as suas políticas nessas áreas, com o intuito de vincular suas atuações às melhores práticas ASG/ESG.

A implementação de práticas de governança corporativa (GC) não está limitada a forma de composição de uma estrutura fortalecida, constituída por auditores, diretores, conselhos e comitês e sim na maneira de agir no dia-a-dia das cias, visando introduzir na cultura, independente do seu porte, as práticas que afastem potenciais conflitos de interesses. Se não houver boas práticas de GC, o ambiental e o social não avançam. A estrutura legal brasileira é uma das mais robustas do mundo. Porém, faz-se necessário que as cias, os acionistas e os administradores estejam realmente comprometidos com as melhores práticas ASG/ESG. A falta de compromisso com a ética, com a verdade e com a transparência de informações prestadas com qualidade, independentemente de serem positivas ou negativas, foi um dos principais motivos para o escândalo das Lojas Americanas S.A. (Americanas), cujas "práticas" devem ser evitadas a todo custo, sob pena de surgirem mais casos escabrosos como este. Nesse caso específico, ocorreu um evidente conluio entre os acionistas e os administradores da Americanas. Essa combinação entre eles, fez com que os conselhos de administração e fiscal, bem como o comitê de auditoria, não recebessem todas as informações necessárias e/ou os dados disponibilizados foram apresentados distorcidos.

Atualmente os administradores das cias pensam mais nos resultados e nos "shareholderes" (acionistas), onde o lucro é obtido a qualquer preço. Entretanto, não podemos esquecer dos "stakeholders" (terceiros), em toda a cadeia produtiva da comunidade, quais sejam os recursos humanos, as comunidades e a preservação ambiental. Em outras palavras, o pensamento empresarial necessita estar concentrado em 3(três) "P": People (Pessoas), Planet (Planeta) and Profit (Lucro). A razão de uma Cia existir é dar retorno aos acionistas, por meio de distribuição de lucros, desde que também sejam observados os outros 2 (dois) fatores (Pessoas e Planeta). A agenda ASG/ESG (ambiental, social e governança) vem se tornando, cada vez mais, parte integrante da estratégia e do crescimento econômico sustentável das cias, proporcionando melhorias no seu desempenho.

Por esse motivo, o mercado tem compreendido que o "G", integrante do conjunto de valores e objetivos expressos na sigla ASG/ESG, não pode ser um apêndice em um modelo de negócios, exercitado com ações pontuais e esporádicas, mas deve estar sempre presente em cada processo da cia, compondo a própria cultura corporativa.

Cláudio Sá Leitão, conselheiro pelo IBGC e CEO da Sá Auditores e Consultores

 

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