OPINIÃO

Um gesto de cuidado

"No meio da confusão, encontre a simplicidade. A partir da discórdia, encontre a harmonia. No meio da dificuldade reside a oportunidade".

ANTÔNIO CARLOS SOBRAL SOUSA
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ANTÔNIO CARLOS SOBRAL SOUSA
Publicado em 25/05/2023 às 0:00 | Atualizado em 25/05/2023 às 12:04
FREEPIK/BANCO DE IMAGENS
RECEIO Mesmo com esquema vacinal completo e queda dos índices da covid, há quem prefira usar máscara - FOTO: FREEPIK/BANCO DE IMAGENS

As infecções respiratórias (IR) como a influenza e a Covid-19 estão classificadas entre as 10 principais causas de morte, em vários países. Essas viroses são transmitidas com facilidade pessoa a pessoa, quando um indivíduo infectado espirra ou tosse, espalhando gotículas que carregam os agentes infecciosos por uma distância apreciável. Vale salientar que as vacinas constituem a principal medida comunitária de prevenção e têm se mostrado seguras, de acordo com vários estudos bem conduzidos.

Todavia, alguns hábitos que são rotineiramente utilizados em países orientais como o Japão, a Coreia do Sul e a China, essenciais como primeira medida para o controle da disseminação de patógenos, necessitam, também, fazer parte do nosso cotidiano. Tais costumes, notadamente a etiqueta da tosse, o uso de máscara e a higiene das mãos, praticados por pessoas doentes, merecem destaque tanto na pandemia vigente como na prevenção de outras IR como a influenza, a coqueluche, o resfriado comum e a tuberculose, dentre outras. Apesar da abundância de evidências da relevância dessas condutas, observa-se que a sua adesão ainda é baixa na população. Merece atenção especial os profissionais de saúde, tanto pelo exemplo que podem passar, como pela exposição a pacientes com outras comorbidades.

O alto índice de cobertura vacinal, com reflexos em melhorias no cenário epidemiológico, permitiu a retirada progressiva da obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes fechados, no transporte público e, mais recentemente, em aviões e aeroportos. Porém, se um indivíduo apresentar manifestações de sintomas respiratórios o ideal é não sair de casa e se isso for necessário, que o faça usando uma máscara que cubra, adequadamente, o nariz e a boca, porque este item de proteção facial é uma barreira física que reduz as chances de disseminação do vírus, sobretudo em ambientes fechados.

Espirrar e tossir na dobra do cotovelo ou em um lenço de papel que possa ser convenientemente descartado, também faz parte do kit de higiene que deve ser observado por aqueles com IR. Uma tosse ou um espirro descoberto pode enviar gotículas infectadas até dois metros de distância, permanecendo no ar por várias horas. Curiosamente, se observa que algumas pessoas doentes retiram a máscara justamente na hora de tossir ou de espirrar e o fazem sem cerimônia, no ar ou nas mãos, sem obedecer, portanto, as medidas de segurança acima mencionadas.

Finalmente, a lavagem regular das mãos com água e sabão ou com desinfetante à base de álcool, previne uma ampla gama de doenças causadas tanto por vírus, como por bactérias. Vale ressaltar que o tempo mínimo ideal para a higienização completa das mãos é de pelo menos 20 segundos. O ritual deve incluir a palma e o dorso das mãos e os espaços entre os dedos, além das unhas e a região dos pulsos.

A etiqueta respiratória é composta por medidas simples, eficientes e acessíveis a todos que encontram, infelizmente, uma série de barreiras para a sua implementação sobretudo pela complexidade, abundância, inconsistência e contradições da informação, a inadequação dos meios de comunicação e as crenças, comportamentos e conhecimentos da população sobre o assunto. Finalizo citando o físico alemão, Albert Einstein: "No meio da confusão, encontre a simplicidade. A partir da discórdia, encontre a harmonia. No meio da dificuldade reside a oportunidade".

Antônio Carlos Sobral Sousa, professor Titular da UFS e Membro das Academias Sergipanas de Medicina, de Letras e de Educação

 

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