OPINIÃO

Aprendizado em parques

A maioria das pessoas visitam parques apenas com foco em diversão, curtir montanhas russas e outros desafios dessa natureza. Entretanto, focar em aprendizados neles pode ser uma experiência emocionante, divertida e educativa para todas as idades.

JC
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Publicado em 26/05/2023 às 0:00 | Atualizado em 26/05/2023 às 10:10
ANDRÉA RÊGO BARROS/PREFEITURA DO RECIFE/DIVULGAÇÃO
Jardim Botânico do Recife - FOTO: ANDRÉA RÊGO BARROS/PREFEITURA DO RECIFE/DIVULGAÇÃO

As grandes descobertas e as notáveis invenções resultaram da curiosidade. Ao pesquisar sobre as pessoas bem sucedidas na história, fica claro que a curiosidade foi essencial para a expansão dos seus horizontes. A motivação para ter novas experiências, buscar informações e explorar o desconhecido são características de pessoas curiosas. Para cultivar a curiosidade, é importante que as crianças e os jovens enfrentem desafios, e segundo Clayton Christensen, autor da teoria de inovação disruptiva, "os múltiplos ambientes de aprendizagem ajudam a criança a pensar 'fora da caixa' , entre outras habilidades que são desenvolvidas". A presidente de MIT-Massachussetts Institute of Technology, Sally Kornbluth, no seu discurso de posse, definiu como lema para a sua gestão, curiosidade ilimitada. Entre as alternativas, para esse desenvolvimento, o aprendizado em parques é uma excelente alternativa.

É uma abordagem educacional que utiliza o ambiente externo à escola como uma sala de aula para ensinar crianças e jovens sobre ciência, história, meio ambiente, entre outros temas. Esse tipo de abordagem enfatiza o aprendizado por meio da exploração e descoberta, em vez de simplesmente transmitir informações em uma sala de aula tradicional. Pode ajudar a promover a conscientização sobre a importância da conservação ambiental, visão de mundo, além de desenvolver habilidades, como trabalho em equipe, resolução de problemas, pensamento crítico, criatividade.

As cidades precisam ter parques com riqueza de recursos naturais e/ou tecnológicos, que ofereçam uma grande variedade de oportunidades para aprendizados diferenciados. Muitas grandes cidades, a exemplos de Sidney, Nova York, Londres, Seoul, Estocolmo, Oslo, Washington DC, São Paulo, Singapura possuem parques maravilhosos.

Há também cidades com parques temáticos. São centros extraordinários de aprendizagem, que promovem, inclusive, programas educacionais regularmente. O exemplo mais atrativo e mundialmente conhecido é o complexo de parques Walt Disney World em Orlando, Flórida, nos Estados Unidos. É composto por quatro parques principais: Magic Kingdom, Epcot Center, Hollywood Studios e Animal Kingdom. Nessa cidade e nas proximidades outros parques estão instalados. Entre eles, Sea World, Universal Studios, Bush Gardens e Legoland.

A maioria das pessoas visitam esses parques apenas com foco em diversão, curtir montanhas russas e outros desafios dessa natureza. Entretanto, focar em aprendizados neles pode ser uma experiência emocionante, divertida e educativa para todas as idades. Cada parque temático oferece atrações sobre uma variedade de tópicos. No Magic Kingdom, aprende-se sobre a história dos Estados Unidos, ou explorar o mundo dos animais. No Epcot Center, os visitantes aprendem sobre a ciência, tecnologia e inovação no Future World e, no World Showcase, fazem uma viagem vivenciando a cultura de onze países, através de shows, exposições, gastronomia, história, geografia. No Hollywood Studios, o foco é a história do cinema e da televisão, além de ver como as produções são feitas. O parque é inspirado na indústria cinematográfica de Hollywood. E no Animal Kingdom, a vida selvagem e a conservação dos animais.

Além das atrações, oferecem também programas educacionais para escolas, grupos e também para crianças, adolescentes e adultos, interessados em aprender sobre diversos temas, como ciência, história, artes e liderança. Destaco: Disney Youth Education Series (workshops de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), bem como programas de história, artes e liderança) e Performing Arts (desenvolver habilidades em teatro, dança, música).

Há ainda programas behind the scenes, para quem deseja aprender sobre os bastidores dos parques. Nesses programas os visitantes podem circular em áreas restritas, aprendendo sobre a criação e operação e também sobre tópicos referentes às atrações: agricultura sustentável, preservação da vida animal, realidade virtual. Podem durar de uma a cinco horas.

Enfim, são apenas alguns exemplos de experiências de aprendizado "fora da caixa". Em Recife, há espaços que podem promover oportunidades de aprendizado - o zoológico, o jardim botânico e o espaço ciência. Fica a provocação para que pais e escolas sejam criativos, estimulando a curiosidade das crianças. E, cobrando do poder público que investimentos sejam feitos nos espaços existentes e na criação de outros, promovendo atividades que desperte nas crianças e jovens o interesse pela ciência, tecnologia, artes e meio ambiente. Os parques da Disney são um sonho inacessíveis para muitos.

Eduardo Carvalho, autor do livro Agente transformador

 

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